Dados do Trabalho
Título
Facilitação educativa na tuberculose baseada na abordagem centrada na pessoa para adolescentes afetados pela doença
Introdução
Os adolescentes com tuberculose (TB) representam um grupo muitas vezes negligenciado nas agendas de pesquisa e nas estratégias de prevenção e cuidado da TB, não contando com uma abordagem específica para sua idade e singularidade.
Objetivo(s)
Em vista disso, com o objetivo de compreender os conhecimento, atitudes e práticas (CAP) sobre a TB, bem como a autoestima dos adolescentes e o estigma associado à TB,
Material e Métodos
desenvolvemos um estudo qualitativo sobre facilitação educativa à distância, baseada no cuidado centrado na pessoa, com adolescentes de 10 a 19 anos com TB em dois ambulatórios no Rio de Janeiro. Inicialmente foram organizados encontros individuais e aplicados três questionários/escalas (CAP, escala de autoestima de Rosenberg e Tuberculosis-related stigma). Os adolescentes, ainda, responderam a uma escala de empatia (CARE) para avaliar a atividade realizada e uma roda de conversa foi organizada alguns meses depois. Por fim, as entrevistas foram transcritas para realização de análise de conteúdo (AC).
Resultados e Conclusão
Participaram 15 adolescentes, 60% mulheres, 80% TB pulmonar e 53% TB-RR ou MDR. Os participantes demonstraram bom conhecimento sobre a doença, mas foram identificados equívocos relacionados à transmissão da TB. O estigma foi evidenciado pelo medo de falar sobre TB por causa da reação das pessoas, com consequente isolamento do jovem. Observou-se autoestima de moderada a alta em adolescentes com TB, porém 60% deles relataram sentir-se inúteis. O estigma e o sofrimento psicológico foram causados principalmente pelo medo da transmissão da doença. A AC identificou 14 categorias, sendo elas em ordem decrescente de incidência: impacto negativo da doença; sentimentos suscitados pela TB; desinformação; presença de estigma; profissionais e sistema de saúde, experiência positiva; profissionais e sistema de saúde, experiência negativa; TB e seus sintomas; fonte de informação; informação correta; pandemia; ausência de estigma; impacto positivo da doença; autoestima negativa e autoestima positiva. O encontro coletivo foi destacado como uma oportunidade de conhecer pessoas que passaram por situações semelhantes e receber respostas para suas dúvidas.
Uma abordagem centrada na pessoa para adolescentes com TB que inclua atividades educativas, programa de aconselhamento por pares, apoio familiar e o treinamento de profissionais de saúde parece urgentemente necessário no combate ao estigma e ao sofrimento atrelados à doença.
Palavras-chave
adolescentes; cuidado centrado no paciente; estigma; autoestima; CAP
Área
Eixo 11 | Infecções causadas por bactérias
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Clara Mendes, Sheila Lucena, Lorrayne Gonçalves, Cleber de Castro, Adriana Moreira, Afrânio Kritski, Fernanda Insfran, Anna Carvalho