57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

PREVALÊNCIA DE INFECÇÃO LATENTE PELO “Mycobacterium tuberculosis” (ILTB) EM POLICIAIS PENAIS DO PARANÁ - BRASIL

Introdução

No Brasil no ano de 2021, foi registrado um coeficiente de incidência de Tuberculose (TB) de 35,28 casos por 100.000 habitantes. Contudo, quanto a incidência de TB nas prisões é aproximadamente 20 vezes maior que na população geral (> 1.000 por 100.000 versus 46 por 100.000), variando conforme as características sociodemográficas dos presídios, o que demandaria medidas de controle da doença específicas para cada unidade prisional. Além disso, as prisões representam um reservatório de transmissão de doenças para a comunidade em geral. Sendo assim, o controle efetivo da tuberculose nesse ambiente pode impedir que a infecção se espalhe para a população geral através de funcionários, visitantes e contatos próximos dos prisioneiros libertos.

Objetivo(s)

Investigar a prevalência da infecção latente pelo “Mycobacterium tuberculosis” (ILTB) em policiais penais.

Material e Métodos

Estudo transversal prospectivo realizado com policiais penais da Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão – Paraná, Brasil. Participaram da pesquisa 71 policiais penais, de um total de 125, atendendo IC95%, entre abril e maio de 2022, que responderam questionário com questões clínico-epidemiológicas. Foram coletadas amostras de sangue para análise laboratorial pelo teste Interferon – Gamma Release Assay (QuantiFERON-TB Gold (QFT)). A análise estatística foi feita com o programa IBM SPSS Statistics, versão 24,0. A pesquisa teve aprovação no comitê de ética da Universidade Estadual do Oeste do Paraná.

Resultados e Conclusão

A idade dos policiais penais variou de 30 a 59 anos, apresentando uma média de 42,91 anos (±6,07). A média de tempo que os entrevistados se encontram na profissão é de 8,57 anos (±3,01), variando de 1 a 14 anos, enquanto que a média de atuação na Penitenciária foi de 6,77 anos (±2,73), variando de 1 a 10 anos. Foi identificada uma prevalência de 22,5% de resultados reagentes para ILTB (n=16/51; IC:95% 12,8-32,3). Os nossos resultados corroboram com evidências anteriores que demonstraram que a ocorrência de tuberculose ativa nas prisões é geralmente maior do que aquela da população geral correspondente. Os policiais penais encontram-se expostos ao maior risco de infecção, evidenciando a necessidade de monitorar e acompanhar indivíduos em unidades prisionais, visando quebrar a cadeia de transmissão e possibilitar o diagnóstico precoce, contribuindo para redução das taxas de morbidade.

Palavras-chave

“Mycobacterium tuberculosis”, Segurança Pública, Epidemiologia

Área

Eixo 13 | Tuberculose e outras micobactérias

Autores

Valquiria Kulig Vieira, Thiago Poss Moreira, Gustavo Henrique Baraca Sanvezzo, Maico Trevisol, Guilherme Welter Wendt, Harnoldo Colares Coelho, Danilo Rodrigues Pereira da Silva, Lirane Elize Defante Ferreto