Dados do Trabalho
Título
Coinfecção Chagas/HIV: avaliação da carga parasitária pela hemocultura e qPCR (PCR quantitativa) em pacientes sob TARV (terapia antirretroviral)
Introdução
A doença de Chagas é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e transmitida pelas fezes contaminadas dos triatomíneos. É considerada uma doença tropical negligenciada, afetando de 6 a 7 milhões de pessoas no mundo. A reativação da doença de Chagas ocorre em pacientes na fase crônica devido à diminuição da capacidade do controlar a infecção pelo T. cruzi. O HIV é a mais importante infecção imunossupressora que pode levar à reativação da doença de Chagas em situação de AIDS. Nos pacientes coinfectados, a reativação da doença de Chagas é caracterizada pela alta parasitemia, elevada carga viral (HIV) e contagem das células T CD4 menores que 200 céls/mm3. Nesses casos, pode ocorrer meningoencefalite e miocardite, com prognóstico desfavorável.
Objetivo(s)
O objetivo desse trabalho foi avaliar a parasitemia pela qPCR e hemocultura de pacientes coinfectados Chagas/HIV sob terapia antiretroviral, atendidos pelo GEdoCh/HC/UNICAMP-SP e PUCC/Campinas-SP.
Material e Métodos
Foram avaliados oito pacientes coinfectados pela doença de Chagas e HIV e dez pacientes portadores da doença de Chagas crônica não infectados pelo HIV. Além da hemocultura e qPCR, os isolados positivos pata o T. cruzi foram genotipados. Também foram analisados os prontuários médicos para verificação dos dados epidemiológicos e clínicos, bem como a carga viral e contagem das células TCD4 desde o início da TARV.
Resultados e Conclusão
Para ambos os grupos, não houve significância estatística quando comparada a carga parasitária avaliada pela qPCR e hemocultura nos coinfectados Chagas /HIV (p=0,072) e nos portadores da doença de Chagas sem HIV (p=0,075). Em pacientes coinfectados pelo T. cruzi/HIV, houve significante aumento das células TCD4: média no início da TARV 305 cels/mm3, na data da coleta, 696 cels/mm3; mediana 272 cels/mm3 no início do tratamento e mediana na data da coleta 675.5 cels/mm3; sendo o valor de p=0,03. Houve decréscimo da carga viral, que passou a ser indetectável após anos de TARV. A genotipagem revelou que a maioria dos isolados pertenciam ao DTU II e um isolado com infecção mista pelos DTUs TcII and TcV/TcV, que estão de acordo com a cidade de origem desses pacientes. Conclui-se que a TARV em pessoas que vivem com o HIV promove o controle da imunosupressão e infecção, permitindo uma evolução natural da tripanosomíase americana. Sugere-se o acompanhamento da carga viral através da qPCR em pacientes coinfectados Chagas/HIV.
Palavras-chave
doença de Chagas, HIV, coinfecção, TARV, qPCR, hemocultura.
Área
Eixo 06 | Protozooses
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Gláucia Elisete Barbosa Marcon, Juliana de Jesus Guimarães Ferreira, Eros Antonio de Almeida, Adriane Maira Delicio, Mariane Barroso Pereira, Jamiro da Silva Wanderlei, Luiz Cláudio Martins, Paula Durante Andrade, Rodrigo Gonçalves de Lima, Sandra Cecília Botelho Costa