57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Análise dos fatores epidemiológicos associados à mortalidade por meningite na região Norte entre os anos de 2016 e 2020

Introdução

A meningite se caracteriza por uma inflamação das meninges, especialmente no espaço subaracnóideo. As etiologias são virais, fúngicas, parasitárias e bacterianas, que cursam com pior prognóstico. Os sintomas incluem febre, mal-estar, náuseas, vômitos, rigidez nucal e sinais de irritação meníngea. Por ser potencialmente grave, é uma doença de notificação compulsória no Brasil.

Objetivo(s)

Avaliar os fatores epidemiológicos associados a mortalidade por meningite na região Norte de 2016 a 2020.

Material e Métodos

Estudo transversal, quantitativo e retrospectivo, baseado em dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), correlacionando as variáveis epidemiológicas com os índices de mortalidade por meningite na região Norte do período de 2016 a 2020.

Resultados e Conclusão

No período analisado, houve 302 casos de óbito por meningite na região Norte, sendo 146 (48%) no Pará, 68 (22%) no Amazonas, 36 (11,9%) em Rondônia, 15 (4,9%) no Tocantins, 13 (4,3%) no Amapá e também no Acre, e 11 (3,6%) em Roraima. O pico de mortalidade foi em 2018 com 72 casos, seguido de diminuição em 2019 e tendo o menor número de óbitos no ano de 2020 com 48 casos. Em relação à faixa etária, a mais prevalente foi a menor que 1 ano de idade, com 56 óbitos (16%), seguida da faixa etária de 50 a 59 anos com 35 óbitos (11%). O sexo masculino correspondeu a 158 casos, enquanto o feminino teve 144. Em relação à cor, 76% dos indivíduos que evoluíram para óbito eram pardos. Quanto à escolaridade, 4 a 11 anos de estudo predominou no período, correspondendo a 107 casos (35%), enquanto indivíduos com mais de 12 anos de escolaridade tiveram a menor taxa (5,6%). O local de ocorrência do óbito foi 92,7% em ambiente hospitalar, 4,63% em outro estabelecimento de saúde, 0,9% em domicílio, 0,6% em via pública e 0,9% em outros locais.
Desse modo, conclui-se que houve um pico de mortalidade por meningite no ano de 2018, sendo o Pará o estado que registrou a maior quantidade de óbitos na região Norte no período analisado. Em 2020 houve o menor registro de óbito em todo período, podendo estar relacionado com o período pandêmico e à subnotificação. Ademais, o predomínio de mortalidade por meningite se deu na faixa etária abaixo de 1 ano, no sexo masculino, nos indivíduos de cor parda, e nos indivíduos de escolaridade de 4 a 11 anos de estudo. Por fim, o ambiente hospitalar foi o local de maior ocorrência dos óbitos.

Palavras-chave

Meningite, Mortalidade, Fatores epidemiológicos

Área

Eixo 14 | Outros

Autores

YASMIM CARMINE BRITO DA SILVA, CAIO VINÍCIUS BOTELHO BRITO, THAISY LUANE GOMES PEREIRA BRAGA, JULIANA KALIF DOS SANTOS, LETÍCIA BARREIROS PIRES, ANA CAROLINA OLIVEIRA PANTOJA PIMENTEL