57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Análise da vulnerabilidade municipal no Estado do Rio de Janeiro/Brasil, frente a transmissão da Leishmaniose Visceral Americana

Introdução

O Estado do Rio de Janeiro possui um baixo número de casos humanos de Leishmaniose Visceral Americana (LVA); fato que não deve ser negligenciado devido ao elevado número de cães infectados, mortalidade, adaptação ao vetor, urbanização e expansão da doença. Desta forma, medidas preventivas em áreas silenciosas são cruciais para evitar sua disseminação.

Objetivo(s)

Identificar municípios vulneráveis no Estado do Rio de Janeiro e orientar futuros levantamentos entomológicos, por meio do mapeamento da distribuição espacial da doença (humana e canina) e seu vetor local, Lutzomyia (L.) longipalpis.

Material e Métodos

A ocorrência do vetor, casos humanos e caninos de LVA foi obtida no Sistema Nacional de Informação de Agravos de Notificação, da Secretaria de Saúde do Estado do RJ, dos Serviços Nacionais de Referência em Leishmaniose e da literatura. Os dados foram integrados a um Sistema de Informações Geográficas/QGIS e classificados de acordo com os critérios do Ministério da Saúde.

Resultados e Conclusão

No período de 2011-2022, a LVA humana ocorreu em 09 e a LV canina em 41, dos 92 municípios do Rio de Janeiro. Nos últimos três anos, 27 municípios tiveram registros de LV canina, 32% municípios tinham registros de LVA humana; classificados como de transmissão esporádica, sendo Barra Mansa, Rio de Janeiro e Volta Redonda com registros de LV canina e presença do vetor. Foram identificados 67% municípios vulneráveis, sendo 09 (8%) receptivos, um município classificado como silencioso não vulnerável. O Rio de Janeiro possui 18% dos municípios com levantamento entomológico e registros do vetor, o que mostra uma clara necessidade de estudos entomológicos. Sabe-se que as notificações de casos humanos e caninos de LV ainda são precárias, fato que precisa ser revisto, pois são dados essenciais para que as ações de vigilância e controle sejam implementadas de forma eficiente no estado e nos municípios. Após a detecção do vetor em municípios vulneráveis, as ações de controle recomendadas são: ações de educação em saúde, gestão ambiental e investigação canina, visando a detecção precoce dos casos de LVA. Esse tipo de estudo tem como principal perspectiva definir parâmetros para trabalhar a vigilância e o controle do vetor em municípios, com transmissão de LVA, silenciosas, porém receptivas, fornecendo subsídios para que este modelo possa ser aplicado em diferentes regiões do Brasil.

Palavras-chave

Rio de Janeiro, Leishmaniose Visceral, Lutzomyia (L.) longipalpis, Vulnerabilidade, Vigilância

Área

Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores

Autores

Margarete Martins Santos Afonso, Bruno Moreira Carvalho, Artur Augusto Velho Mendes Júnior, Cristina Maria Giordano Dias, Lucas Keidel, Patrícia Soares Meneguete, Sandro Antônio Pereira, Elizabeth Ferreira Rangel