Dados do Trabalho


Título

Leishmaniose visceral (LV) no estado de São Paulo. II. A descentralização do diagnóstico rápido para a LV canina, 2012-2022

Introdução

O estado de São Paulo convive com a autoctonia da transmissão da LV desde 1998. A partir do município de Araçatuba, verificou-se a expansão para os municípios vizinhos e novas regiões paulistas. Hoje as ações em relação à vigilância e controle da LV (VCLV) incluem 183 (28%) dos 654 municípios de São Paulo. Em 2012, com a introdução do teste imunocromatográfico como teste de triagem no algoritmo recomendado pelo Ministério da Saúde, foi possível aumentar a capacidade de atendimento do diagnóstico canino.

Objetivo (s)

Promover a descentralização da realização do teste rápido até o nível dos serviços municipais de zoonoses

Material e Métodos

A rede do Instituto Adolfo Lutz inclui o Laboratório Central (LACEN-SP), na cidade de São Paulo, referência estadual e 12 Laboratórios Regionais (LR) distribuídos nas diferentes regiões do estado que atuam como referências para os municípios de suas áreas de abrangência, realizando treinamentos e reciclagens de técnicos dos serviços de zoonoses, supervisões técnicas e controle de qualidade. Desde 2012, foram realizadas capacitações para o diagnóstico de triagem da LVcanina em 169 municípios para agentes de zoonoses e médicos veterinários. Anualmente são realizados eventos regionais para o planejamento e previsão de testes para os inquéritos caninos, a realização dos exames previstos nem sempre é alcançada, seja por: a) desarticulação das equipes de zoonoses para atendimento de demandas de outros programas de saúde; b) rotatividade dos recursos humanos; c) interrupção do fornecimento dos kits, entre outros.

Resultados e Conclusão

Entre 2012 e 2022, excluída a região metropolitana de São Paulo, foram realizados 881.206 diagnósticos rápidos para LV canina, como parte das ações de VCLV. As regiões de Araçatuba, Bauru, Marília, Presidente Prudente e São José do Rio Preto foram as que realizaram a maioria dos exames consumindo 90% dos testes recebidos. Essas regiões registram 99% da LVhumana e dos óbitos. A taxa média de positividade foi de 18,6% (14,3-22,6). As maiores taxas foram aquelas dos últimos três anos, de 2020 a 2022 (20,0-22,6%), coincidindo com a maior transmissão da COVID 19, com média anual de 58.167 testes realizados, inferior em 40,3% ao observado no triênio anterior, com média anual de 98.254 exames. É possível que nesse período pandêmico, em razão das medidas de proteção contra a transmissão de SARS-CoV-2, os serviços tenham priorizado a inclusão de animais sintomáticos nos inquéritos realizados.

Palavras-chave

LV, São Paulo, descentralização TR DPP

Área

Eixo 02 | Tecnologia e Inovação em saúde

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Roberto Mitsuyoshi Hiramoto, Márcio Keiti Guedes Inumaru, Helena Hilomi Taniguchi, José Eduardo Tolezano