Dados do Trabalho


Título

NOVOS DADOS SOBRE ROEDORES, RESERVATÓRIOS DA PESTE, NAS ÁREAS DE TRANSMISSÃO DO BRASIL

Introdução

A peste, causada pela bactéria Yersinia pestis, é uma zoonose primária de roedores transmitida geralmente pelas picadas de pulgas. Estudos recentes de geoprocessamento e análises espaciais revelaram que as áreas focais de transmissão no Brasil estão localizadas em dois biomas: Caatinga e Floresta Atlântica. Os focos da caatinga estão disseminados em vários estados do Nordeste (CE, RN, PB, PE, PI, AL e BA) e os focos da Floresta Atlântica na Serra dos Órgãos (RJ), Vale do Rio Doce e Vale de Jequitinhonha (norte de MG). Durante várias décadas foram realizadas coletas de roedores e pulgas para pesquisa da Y. pestis e estudos dos roedores e vetores principalmente nas áreas focais da Caatinga, mas os focos do Norte de MG (Bioma Floresta Atlântica) ainda são pouco estudados.

Objetivo (s)

Analisar a fauna de roedores hospedeiros de uma área de transmissão do bioma Floresta Atlântica buscando compreender as diferenças das atividades da zoonose em relação as outras áreas no Brasil.

Material e Métodos

Foram utilizados dados secundários referentes as coletas de roedores nas atividades do Programa de Vigilância e Controle da Peste (PCP) na área de transmissão do Vale do Rio Doce, MG (Bioma Floresta Atlântica) no período de 2001 a 2017 disponíveis no acervo do Serviço de Referência Nacional em Peste (SRP) do Instituto Aggeu Magalhães (IAM) FIOCRUZ PE.

Resultados e Conclusão

No período analisado foram encontrados 6.760 roedores na área de transmissão do Vale do Rio Doce. Desses, 3.558 (=52,63%) foram da espécie sinantrópica comensal R. rattus, seguido de roedores silvestres dos gêneros Nectomys (1.270 = 18,79%), Calomys (684= 10,12%), Thrichomys (435= 6,43%), Oligoryzomys (356= 5,27%), Necromys (263= 3,89%), Akodon (150= 2,22%), Cavia (41= %0,61) e Galea (3= 0,04%). Comparando com a fauna conhecida da área de transmissão da Caatinga nota-se a predominância de Nectomys e a presença de Akodon e Cavia raras ou ausentes na Caatinga e a ausência das espécies da Caatinga Cerradomys languthi e Wiedomys pyrrhorhinos.
Em conclusão, a fauna rodentia dos dois biomas apresenta diferenças que poderiam contribuir para que as atividades da zoonose nos diversos focos do País ocorram de modo independente uns dos outros. Além disso pode-se supor que as espécies responsáveis pela manutenção e epizootização da peste sejam diferentes nos diferentes biomas.

Palavras-chave

Peste, Yersinia pestis, Roedores Hospedeiros, Pulgas Vetores, Biomas

Agradecimentos

Bolsa Mestrado (CAPES); Bolsa PIBIC/FIOCRUZ; Serviço de Referência Nacional em Peste (SRP)

Área

Eixo 11 | Infecções causadas por bactérias

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Marina Macedo Gomes, Diego Leandro Reis Fernandes, Bruna Mendes Duarte, Hadassa Almeida Souza, Matheus Filgueira Bezerra, Alzira Maria Paiva Almeida, Marise Sobreira