Dados do Trabalho


Título

Epizootiologia da Leishmaniose Visceral no Estado do Espírito Santo, Brasil

Introdução

A leishmaniose visceral (LV) é uma doença com ampla ocorrência no Brasil. No estado do Espírito Santo (ES) foi primeiro diagnosticada na década de 1960 em dois municípios, espalhando-se para outros oito nas duas décadas subsequentes. No Novo Mundo, a doença é de transmissão vetorial, tendo como principal transmissor Lutzomyia longipalpis. Considerando a área atual de ocorrência de LV no ES, acredita-se que ela tenha migrado do estado de Minas Gerais, pelo vale do Rio Doce, onde o vetor encontra ambiente propício para o seu desenvolvimento. A literatura nos mostra que casos caninos de LV costumam predizer os casos humanos, sendo o cão o principal reservatório do parasito. Atualmente, a análise espacial vem sendo amplamente utilizada para elucidar os mecanismos de dispersão das doenças, com a finalidade de predizer seu avanço para novas áreas e propor medidas de controle, e os sistemas de informação geográfica possibilitam analisar as relações entre ambiente e os eventos relacionados à saúde.

Objetivo (s)

Demonstrar o perfil epizootiológico da LV no ES, com vistas à identificação de áreas prioritárias para a vigilância da doença.

Material e Métodos

Utilizaram-se as informações do mapa de modelagem de nicho ecológico (MNE) de L. longipalpis, e os dados compilados de LVC da SESA/ES, de 2016 a 2022. Foram considerados positivos os cães que tiveram tanto DPP quanto ELISA reagentes. O mapa de MNE do inseto foi produzido na tese de doutorado de uma das autoras desse resumo e utilizado para relacionar as áreas de probabilidade de ocorrência do inseto com os dados de cães positivos

Resultados e Conclusão

Dos 78 municípios, cães com LV foram diagnosticados em 36 nesses seis anos. De 4310 exames enviados ao LACEN/ES, 51% (2204) foram positivos para ELISA. Com o auxílio do mapa de MNE identificamos que além dos municípios que já são conhecidamente endêmicos, há outros que necessitam de um olhar mais cuidadoso. Vários dos municípios com casos positivos para LVC encontram-se fora da área de provável ocorrência do vetor, o que nos leva a suspeitar de casos importados. Investigações epidemiológicas dos casos confirmam essa suspeita. Além disso, até o momento não foram encontrados espécimes de L. longipalpis nesses municípios, apesar de extensos levantamentos entomológicos. Esse trabalho, em conjunto com trabalhos pretéritos, nos permite classificar os municípios do ES quanto risco de transmissão para a LVC em: transmissão, receptivos, não receptivos, vulneráveis e silenciosos.

Palavras-chave

Calazar;Epizootia;Epidemiologia

Área

Eixo 01 | Ambiente e saúde

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Karina Bertazo Del Carro, Rubia Tabachi de Oliveira, Raphael Lubiana Zanotti, Juliana Rodrigues Tovar Garbin, Aloísio Falqueto