Dados do Trabalho


Título

Perfil Epidemiológico da Mortalidade Infantil na Bahia, no período de 2012 a 2021.

Introdução

A mortalidade Infantil é um relevante evento em saúde pública, representa um conjunto de causas de morte em crianças menores de 1 ano, é composta por subgrupos de idade que são chamados componentes da mortalidade infantil e reflete as condições de vida e desenvolvimento socioeconômico da sociedade. A redução da mortalidade infantil é um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030.

Objetivo (s)

Descrever o perfil epidemiológico dos óbitos infantis no estado da Bahia, no período de 2012 a 2021.

Material e Métodos

Estudo descritivo observacional transversal realizado a partir da coleta de dados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) disponível através do TABNET, com análise das variáveis: distribuição espacial, raça/cor, sexo, taxa de média de mortalidade, idade da mãe e causas evitáveis, na Bahia, no período de 2012 a 2021 (os dados de 2021 são preliminares). Os dados foram tabulados através do TabNet, processados em planilha Excel, descritos, analisados e apresentados em forma de texto, gráficos e mapa.

Resultados e Conclusão

Na Bahia, no período analisado, foram notificados 31.479 óbitos infantis no SIM, distribuídos de forma heterogênea nas 9 macrorregionais de saúde, tendo a Leste o maior registro de óbitos. A taxa média de mortalidade infantil foi 15,6 óbitos/1.000 nascidos vivos. Os óbitos por causas evitáveis representaram uma variação de 71,1% em 2013 a 66,9% em 2021, sendo que os maiores percentuais de óbitos evitáveis são por inadequada atenção à mulher na gestação e ao recém-nascido (RN). Mais de 50% dos óbitos infantis aconteceram no período neonatal precoce, e destes, 25% ocorreram nas primeiras 24 horas. 55,4% dos óbitos eram do sexo masculino. 38,7% dos óbitos infantis tinham mães com idade entre 20 e 29 anos, 70% eram mães negras, e 18% com a informação raça/cor ignorada. A mortalidade infantil é um problema de saúde pública e a sua redução é um desafio para os serviços. As precárias condições socioeconômicas da população interferem diretamente sobre a vulnerabilidade e o acesso ao serviço. A atenção inadequada à saúde da mulher na gestação e ao RN representaram os maiores problemas a serem enfrentados, o que nos sugere a necessidade de rever práticas e investimento na qualidade da atenção. As mulheres negras têm o maior percentual dos óbitos infantis, evidenciando o racismo estrutural na rede de atenção do SUS, no estado, corroborando com as questões socioeconômicas.

Palavras-chave

mortalidade infantil, óbitos infantis, óbitos evitáveis

Agradecimentos

A Suvisa e aos membros do CEPOIF

Área

Eixo 14 | Outro

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Ana Franceska Cotrim Silva