Dados do Trabalho
Título
FATORES DE PREDISPOSIÇÃO PARA A URBANIZAÇÃO DA FEBRE MACULOSA BRASILEIRA EM UM MUNICÍPIO DE MINAS GERAIS
Introdução
A Febre maculosa brasileira (FMB) é uma rickettsiose que apresenta alta letalidade e elevações consecutivas nas taxas de incidência no Brasil. O ciclo epidemiológico da doença anteriormente descrito como silvestre ou rural, entretanto tem-se observado um processo de urbanização da doença. Neste contexto, o presente estudo analisou os fatores que predispuseram a urbanização da doença em um município de médio porte de MG, situado em área endêmica no estado, com histórico de casos autóctones da doença e óbitos.
Objetivo (s)
O objetivo é reconhecer os possíveis fatores, humanos e ambientais, que caracterizam o perfil dos casos nesta área e levaram à urbanização da FMB no município. A qualidade das informações coletadas pelos agentes de combate a endemias e as ações de controle e prevenção tomadas pelas autoridades sanitárias para mensurar a eficácia destas medidas no controle da FMB. Estes dados, analisados de forma conjunta, podem elucidar os meios que possibilitaram a urbanização da FMB.
Material e Métodos
As informações foram solicitadas diretamente ao Setor de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde, utilizando como modelo a Ficha de Investigação de Agravos (FIAFM) do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Os dados foram: idade, sexo, residência (RES), local provável de infecção (LPI) e contato com animais, como cães, cavalos e capivaras. Os dados individuais foram coletados para observar a existência de um perfil de maior predisposição. Casos autóctones e qual a área de maior risco de transmissão, foram levantados a RES e LPI. Já o contato com animais sentinelas foi pesquisado como indicador de risco para contato com vetores. Fatores ambientais, manejo de fauna e medidas adotadas em caso também foram analisadas.
Resultados e Conclusão
Divinópolis notificou 18 casos autóctones. Os casos ocorreram em área urbana, seguido por rural. 71% (62/87) das notificações não apresentam indicação de zona de infecção. O contato com animais foi ignorado em 56% dos casos (10/18). A RES localizavam-se bairros às margens de rio (14/18). Animais silvestres mais comuns são capivaras (Hydrochoerus hidrochaeris) em áreas de recreação nas margens do rio. Ausência de manejo das matas ciliares tampouco manejo da fauna foi observada. Assim, fatores intrínsecos de Divinópolis associados ao descompasso entre as ações de vigilância em saúde, ausência de manejo das matas ciliares em área urbana e manejo da fauna propiciou a urbanização da FMB em um município do estado de Minas Gerais.
Palavras-chave
casos urbanos, Febre maculosa
Área
Eixo 01 | Ambiente e saúde
Categoria
Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Doutorado
Autores
Clóvis Gomes Carvalho Júnior, Vinícius Silva Beo, Rafael Gonçalves Teixeira Neto, Frederico Rodrigues Ramalho, Saulo Nascimento Melo, Gilberto Salles Gazeta, Eduardo Sérgio Silva