Dados do Trabalho

Título

OZONIOTERAPIA COMO PRÁTICA INTEGRATIVA NO TRATAMENTO DE FERIDA POR ACIDENTE OFÍDICO: RELATO DE CASO

Objetivos(s)

Relatar caso de paciente com ferida por acidente ofídico tratado com a Ozonioterapia uma terapia integrativa.

Relato do Caso

Homem cis, 43 anos, residente do interior do Amazonas, sofreu acidente ofídico com serpente do gênero Bothrops em MID enquanto trabalhava no roçado, foi atendido no hospital de sua cidade e encaminhado ao Hospital de Medicina Tropical do Amazonas para receber tratamento com antiveneno, após 7 dias internado houve melhora do quadro sistêmico obtendo alta hospitalar. Dias após a alta médica relatou dores no local da lesão, evoluindo com edema e necrose tecidual. Com o agravamento da lesão, o paciente procurou assistência em clínica particular especializada em estomaterapia, recebendo a assistência de enfermagem a domicílio por apresentar fortes dores ao se locomover. Na avaliação a lesão foi observado sinais flogísticos e infecção secundária no leito e ao redor da lesão, tecido desvitalizado cobrindo 80% do leito da ferida com presença de exsudato em média quantidade. Os cuidados com a ferida envolveram desbridamento mecânico, para retirada do tecido desvitalizado, e em seguida, foi iniciado os protocolos de Ozonioterapia começando pela limpeza do local com soro ozonizado, que consiste em soro fisiológico 0,9% de 250 ml disperso em gás ozônio com concentração a 40 mcg. Como segundo passo do protocolo, foi utilizado o ozônio em Bag, que consiste em um sistema fechado (bolsa de gás), com saco plástico envolvendo a área a ser tratada realizando o vácuo e despejando o gás ozônio em uma concentração de 60 mcg por 20 min, sendo realizado 3 vezes por semana. Em seguida, foi realizada a aplicação tópica do óleo ozonizado de girassol em região perilesional e em todo o membro em alta concentração de 600 ppm. Os tratamentos foram realizados diariamente durante 3 semanas, no 6ª dia de cuidados foi observado a diminuição gradativa do tecido lesado, com aumento do tecido de granulação para 60% no leito da ferida e atenuação dos sinais de processo infeccioso.

Conclusão

A evolução semanal mostrou nítida melhora no tamanho e característica do tecido da ferida, a eliminação do biofilme e do esfacelo, diminuição progressiva da dor e crescimento do tecido de granulação e posterior epitelização. Observou-se que o ozônio atua como um potente oxidante, melhorando a oxigenação sanguínea, e estimulando a formação de novos vasos na região lesada, atenuando assim o tempo de cicatrização da área afetada pela peçonha da cobra e por infecções secundárias.