Dados do Trabalho


Título

ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS EM INDIVÍDUOS POSITIVOS PARA SCHISTOSOMA MANSONI ASSOCIADOS À COINFECÇÃO POR ASCARIS LUMBRICOIDES E TRICHURIS TRICHIURA EM UMA REGIÃO ENDÊMICA NO INTERIOR DA BAHIA

Introdução

A esquistossomose é um grave problema de saúde pública que está intrinsecamente ligado à pobreza, à ausência de serviços de saúde e à falta de saneamento básico.

Objetivo (s)

Analisar as alterações do hemograma em indivíduos positivos para S. mansoni e coinfectados por A. lumbricoides ou T. trichiura em uma região endêmica da Bahia

Material e Métodos

Trata-se de dois estudos transversais com habitantes de cinco vilarejos da zona rural do município de Conde-BA, que forneceram amostras de sangue periférico e fezes para realização de Hemograma e Kato-Katz.

Resultados e Conclusão

Avaliamos alterações no hemograma entre indivíduos não infectados (G0), infectados apenas por S. mansoni (G1), por S. mansoni e outro helminto (G2) e por S. mansoni e mais dois (G3). Em 2018, das 321 amostras de fezes recebidas 56,1% (180) foram positivas para S. mansoni, 40,2% (129) para A. lumbricoides e 53,0% (170) para T. trichiura. O G1 apresentou maior número de hemácias quando comparado ao G3 (p=0,0063). Os indivíduos do G1 apresentaram também maior concentração de hemoglobina quando comparados aos G2 e G3 (p=0,0006), assim como maior hematócrito quando comparados ao G3 (p=0,0020). Quanto aos leucócitos totais, os indivíduos do G2 apresentaram maior contagem quando comparados ao G1 (p=0,0034). Em relação aos eosinófilos, os indivíduos G0 e G1 apresentaram menor contagem de eosinófilos do que os G2 e G3 (p=0,0001). Também foi observada correlação positiva para contagem de plaquetas (p=0,0223) para T. trichiura. No ano de 2019, das 374 amostras de fezes recebidas, 24,86% (93) das amostras foram positivas para S. mansoni, 8,82% (33) para A. lumbricoides e 19,78% (74) para T. trichiura. Com relação a hemoglobina (p=0,0028) e ao hematócrito (p=0,0309), o grupo G0 apresentou uma concentração menor em comparação com o G1. Os eosinófilos apresentaram uma concentração crescente associado a coinfecção de S. mansoni e outros helmintos, ou seja, G0<G1<G2<G3 (p=<0,0001). Em relação às hemácias, leucócitos e plaquetas, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas. Concluímos que as alterações nos parâmetros hematológicos são acentuadas quando há co-infecção entre indivíduos com mais de uma espécie de geo-helminto associada ao S. mansoni. Esses resultados sugerem que nessa área rural S. mansoni sozinho não contribui significativamente para alterações hematológicas importantes.

Palavras-chave

Esquistossomose; Geo-helmintos; Hemograma.

Agradecimentos

FIOCRUZ IGM PIAP 001/2017; FIOCRUZ IGM-002-FIO-20-2-24; FIOCRUZ VPPCB-007-FIO-18-2-87; CNPq 433141/2018-2

Área

Eixo 07 | Helmintíases

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Keila Ramos dos Santos, Brenda Rodrigues Brito Cunha Silva, Fernanda Freitas Costa, Ronald Alves dos Santos, Lorena Conceição de Queiroz, Thainá Rodrigues de Souza Fialho, Bruna Souza Santos Oliveira, Bernardo Gratival Gouvea Costa, Marcos Vinicius Lima de Oliveira Francisco, Isadora Cristina de Siqueira , Ricardo Riccio Oliveira