Dados do Trabalho
Título
COINFECÇÃO HIV/LEISHMANIOSE TEGUMENTAR: ASPECTOS CLÍNICOS, LABORATORIAIS E TERAPÊUTICOS DOS PACIENTES ATENDIDOS EM UM SERVIÇO DE REFERÊNCIA EM LEISHMANIOSE DO ESTADO DE MATO GROSSO, REGIÃO CENTRAL DO BRASIL
Introdução
A coinfecção HIV/Leishmania é considerada uma doença emergente de alta gravidade em várias regiões do mundo. A relação do HIV/aids com a leishmaniose visceral já é bastante descrita. A avaliação do conjunto de manifestações clínicas das leishmaniose tegumentar em pacientes infectados pelo HIV, indica que não existe um perfil definido de manifestações que possa ser indiscutivelmente associado à coinfecção.
Objetivo (s)
Descrever os casos de leishmaniose tegumentar (LT) em indivíduos com infecção pelo vírus HIV segundo seus aspectos clínicos, diagnósticos e de resposta terapêutica, atendidos no serviço de referência para leishmanioses do Hospital Universitário Júlio Müller entre os anos de 1995 e 2022.
Material e Métodos
Estudo de abordagem retrospectiva, em amostra de conveniência, de pacientes com diagnóstico de leishmaniose tegumentar e infecção pelo HIV que foram atendidos no Hospital Universitário Júlio Müller, Cuiabá, Mato Grosso, dados coletados por meio da revisão de prontuários, após aprovação pelo comitê de ética e pesquisa.
Resultados e Conclusão
Foram inclusos 41 pacientes, 37 (90,2%) eram homens, média (DP) de idade de 39 (11,61) anos. A atividade rural foi a ocupação mais frequente (30%). Entre as formas clínicas, 12 (29,3%) apresentavam leishmaniose cutânea localizada, 12 (29,3%) leishmaniose mucosa; 9 (22%) apresentaram forma disseminada da doença, dois destes com comprometimento de mucosa. O exame parasitológico foi positivo em 37 (97,3%), de 38 que o realizaram. Apenas 21 (51,2%) conheciam o diagnóstico do HIV. A média de linfócitos T CD4 a apresentação da leishmaniose foi de 286,3 cels/mm3. Os casos de mucosa estiveram mais associadas a pacientes com imunossupressão moderada pelo HIV, sendo 8 (72,32%) dos 11 casos da forma mucosa isolada. Apenas 17 (41,4%) pacientes utilizaram uma única droga para tratamento, e a média (DP) de esquemas terapêuticos utilizados por paciente foi de 2,18 (1,50). Dezesseis (39,0%) apresentaram recidiva da doença em algum momento do seguimento. Conclusão: observou-se uma maior ocorrência de formas clínicas incomuns da leishmaniose tegumentar em pacientes infectados pelo HIV, como a forma disseminada e uma frequência elevada de casos mucosos, em imunossupressão moderada. Embora presente, observou-se pior resposta terapêutica e necessidade de esquemas adicionais de tratamento. Esses dados reforçam que a leishmaniose tegumentar pode ter sim um comportamento oportunista em pacientes imunossuprimidos pelo HIV.
Palavras-chave
hiv/leishmania; leishmaniose atipica; coinfecção;
Agradecimentos
Dra Marcia Hueb
Área
Eixo 06 | Protozooses
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
GIOVANA VOLPATO PAZIN FEUSER, MARCIA HUEB, EDUARDA NARCISO GUEDES