Dados do Trabalho


Título

Morbimortalidade por tracoma no Brasil, 2000−2021

Objetivos(s)

Caracterizar padrões de morbimortalidade por tracoma no Brasil de 2000 a 2021.

Relato do Caso

Estudo de séries temporais, baseado em dados secundários de internações hospitalares (IH) e declarações de óbitos (DO) relacionadas a tracoma no Brasil de 2000 a 2021. Os dados de IH (causa primária ou secundária) e DO (causa básica ou associada) por tracoma foram extraídos da base do Sistema de Informação Hospitalar e do Sistema de Informação Mortalidade, respectivamente, disponibilizados pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Para seleção das IH e DO foram utilizadas as codificações da Classificação Internacional de Doenças (CID10): Tracoma (A71); Fase inicial do tracoma (A71.0); Fase ativa do tracoma (A71.1); Tracoma não especificado (A71.9); e Sequelas de tracoma (B94.0). Foram analisados dados sociodemográficos relacionados aos eventos. Foram identificadas 131/49.922.361 IH e 116/26.052.564 DO relacionadas a tracoma no Brasil de 2000 a 2021. Entre os registros de IH, 82,4% (108) tiveram o tracoma como causa primária, e os de DO, 7,8% (9) o tiveram como causa básica. A sequela por tracoma (CID10 B940) foi registrada em 6,9% (9) das IH e 4,3% (5) das DO. A maioria das IH foi registrada para: sexo masculino (57,2%, 75/131), faixa etária 0-14 (41,2%; 54); e raça/cor branca (26,0%; 34), enquanto para as DO: sexo masculino (65,5%; 76), faixa etária ≥70 (49,1%, 57); e raça/cor parda (41,2%, 54). Os registros ocorreram com maior frequência em residentes em municípios do interior (IH: 79,4%; 104; DO: 74,1%; 86), com mais de 100.000 habitantes (IH: 56,4%; 74; DO: 47,4%; 55), IVS ‘Baixo’ (IH: 41,2%; 54; DO: 31,0%; 36), IDHM ‘Alto’ (IH: 44,4%; 58; DO: 49,1%; 57), IPS ‘Muito alto’ (IH: 43,5%; 57; DO: 40,5%; 47), e IBP ‘Muito alto’ (IH: 25,2%; 33; DO: 27,6%; 32).

Conclusão

Registra-se a persistência do tracoma como problema de saúde pública no Brasil, a despeito das limitações identificadas a partir das bases de dados secundários. Óbitos não são compatíveis com o desfecho clínico direto do tracoma, enquanto que a IH pode estar associada à necessidade de correção cirúrgica de sequela palpebral por tracoma. Reforça-se a necessidade de avaliação e monitoramento dos dados em Sistemas de Informações em Saúde para garantia de completude e consistência dos registros de IH e DO no Brasil, além de investimentos em pesquisa para qualificação das ações de planejamento, avaliação e fortalecimento das ações de vigilância, atenção e controle da doença.

Área

Eixo 11 | Infecções causadas por bactérias

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Adjoane Maurício Silva Maciel , Anderson Fuentes Ferreira , Nádia Maria Girão Saraiva de Almeida , Roberto da Justa Pires Neto , Alberto Novaes Ramos Jr