Dados do Trabalho

Título

Prevalência de anticorpos anti-SARS CoV-2 em portadores de hepatite antes da implementação da vacinação para COVID-19 no Brasil.

Introdução

A aplicação dos marcadores sorológicos para o diagnóstico da COVID-19, detém um importante papel na investigação da exposição prévia, com avaliação da propagação do agente viral entre as comunidades, identificação de quadros assintomáticos e acompanhamento de soroconversão. Existe uma falta de informações em literatura que evidenciam a exposição à COVID-19 em populações específicas.

Objetivo (s)

Este trabalho possui como objetivo avaliar a prevalência de anticorpos contra a COVID-19 (anti-SARS-CoV-2) em pacientes portadores de hepatite B e C, atendidos em unidade ambulatorial, em um período que antecede a vacinação contra a COVID-19.

Material e Métodos

Este é um estudo transversal. Respeitando as medidas preventivas estabelecidas, um grupo seleto de pacientes foi atendido presencialmente no Ambulatório de Hepatites Virais do Instituto Oswaldo Cruz - Fiocruz, Rio de Janeiro, Brasil. Desta população, 199 pacientes foram recrutados, no período abrangente entre Fevereiro a Novembro de 2020. Foram coletadas amostras de soro para investigação de anticorpos da classe IgM e IgG contra a COVID-19, utilizando o teste Elecsys Anti-SARS-CoV-2 Cobas (Roche diagnostics, Basiléia, Suíça). Dados sociodemográficos e epidemiológicos foram coletados por meio de busca ativa pela equipe de assistência administrativa do ambulatório.

Resultados e Conclusão

A média de idade da população foi de 48 anos (± 15,03), do total, 56,28% (112/199) são mulheres. Entre as hepatites virais, 49,74% (99/199) possuem hepatite B e 50,25% (100/199) possuem hepatite C. Deste total, 24,12% (48/199) dos indivíduos testaram positivo para anticorpos contra a COVID-19. Quando estratificado entre as hepatites, 23.23% (23/99) no grupo portador de hepatite B e 25% (25/100) no grupo portador de hepatite C, testaram positivo para o anti-SARS-CoV-2. A maioria da população possui idade acima de 40 anos (68,34% 136-199) com maior prevalência de anti-SARS-CoV-2 neste grupo, com 16.58% (33/199). Considerando o momento da realização do estudo, a prevalência de anticorpos anti-SARS CoV-2 foi considerada alta. Isto demonstra que estes indivíduos estavam sendo expostos ao vírus mesmo durante um período de maior isolamento social.

Palavras-chave

SARS CoV-2, prevalência, portadores de hepatite, resposta imune.

Agradecimentos

FIOCRUZ, CNPq, FAPERJ