Dados do Trabalho

Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA E DE LEISHMANIOSE VISCERAL NO ESTADO DO PARÁ ENTRE 2017 E 2022: uma análise comparativa

Introdução

A Leishmaniose é uma doença endêmica no estado do Pará. Entre as suas formas mais comuns, estão a Leishmaniose tegumentar americana (LTA) e a Leishmaniose visceral (LV), causadas por protozoários do gênero Leishmania e transmitidas pelo mosquito-palha. A LTA é a forma mais prevalente e afeta pele, mucosa e tecidos subcutâneos. A LV é uma apresentação mais grave e afeta os órgãos internos, com curso rápido e potencialmente fatal.

Objetivo (s)

Analisar e comparar o perfil epidemiológico de LTA e LV no Pará entre 2017 e 2022.

Material e Métodos

Estudo observacional, transversal, analítico-quantitativo, a partir de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN/DATASUS a respeito dos casos confirmados de LTA e LV no período de 2017 a 2022 notificados no Pará, analisando as variáveis: evolução, sexo e faixa etária.

Resultados e Conclusão

No Pará (2017-2022), ocorreram 18.760 casos de LTA e 2.079 de LV. Nesse período, 2017 apresentou as maiores incidências, com 3.422 casos de LTA e 580 de LV. 2021 e 2022 foram os anos de menor incidência para ambas apresentações, com a mínima de casos de LTA em 2021 (2.609), e de LV em 2022 (162). As incidências médias por ano foram de 3.752 (LTA) e de 415,8 (LV). No período analisado, o total de óbitos por LTA foi 4 e por LV, 121. A média de óbitos por LV foi igual a 24,2 por ano. As taxas de mortalidade foram de 0,02% (LTA) e de 5,82% (LV). Quanto à variável sexo, homens representaram as maiores incidências: 82,6% (LTA) e 62,2% (LV). Em relação à faixa etária, a forma tegumentar foi mais incidente entre 20 e 39 anos (9.396), seguida da faixa de 40-59 (4.231). A forma visceral teve maior incidência em crianças de 1-4 anos (503) e em adultos de 20-39 anos (477). Quanto à mortalidade por idade, a LTA teve 50% dos óbitos (2) na faixa de 80 anos em diante, enquanto a LV teve maior mortalidade entre 40 e 59 anos, com 28 óbitos (23,1%).

Na análise comparativa, a LTA foi mais prevalente, afetando principalmente homens de 20 a 39 anos. Por outro lado, a LV, apesar de menos incidente, apresentou taxa de mortalidade mais elevada, sendo mais frequente nas faixas de 1-4 e 20-39 anos. Apesar da diminuição das incidências de ambas as formas, deve-se aprimorar estratégias de vigilância, diagnóstico precoce e tratamento, visando a redução efetiva da carga dessas doenças no Pará.

Palavras-chave

Leishmaniose tegumentar, Leishmaniose visceral, Epidemiologia, Pará.