Dados do Trabalho

Título

AVALIAÇÃO DO RISCO DE ABANDONO DE TRATAMENTO DE TUBERCULOSE EM SERVIÇO DE REFERÊNCIA DE HIV/AIDS: AVALIAÇÃO SERIADA

Introdução

A tuberculose (TB), causada pelo Mycobacterium tuberculosis, é uma doença transmissível e negligenciada no Brasil. Representa a maior causa de morte entre pessoas que vivem com HIV/AIDS e sua permanência é principalmente atribuída à baixa adesão ao tratamento e ao diagnóstico tardio

Objetivo (s)

Avaliar o risco de abandono de tratamento para TB em um serviço de atenção especializada de pessoas vivendo com HIV/Aids em Campo Grande-MS.

Material e Métodos

Pacientes atendidos entre setembro de 2021 a agosto de 2022 no Ambulatório de Tuberculose do Hospital Dia Professora Esterina Corsini do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, foram incluídos pacientes em abertura de caso e que iniciaram tratamento para TB ativa: exames diagnósticos positivos (baciloscopia, cultura e GeneXpert® MTB) e/ou exames imagenológicos (radiografia de tórax e tomografia computadorizada) e em tratamento. Para avaliar o risco foi utilizado um Escore de risco de abandono de tratamento desenvolvido PRADO (2010) e adaptado por BEZERRA et al. (2020) durante os meses da terapêutica. As variáveis: idade, sexo, renda, ocupação, religião, tabagismo, uso de drogas ilícitas e tratamento prévio para TB compuseram a pontuação.

Resultados e Conclusão

Ao total foram acompanhados 34 pacientes, 22 (64,7%) TB pulmonar, destes 5 TB pulmonar e extrapulmonar simultaneamente. Ao total 27 pacientes (79,41%) tiveram pelo menos uma internação hospitalar durante o tratamento de TB. Ao total 13/32 (38,24%) interromperam o tratamento, sendo 5/32 (9,4%) por abandono e 8 por agravamento do quadro clínico e evolução para óbito. Entre os óbitos, 7/08 (87,5%) possuíam coinfecção TB e HIV. Entre os casos de abandono, 80% mantiveram alta pontuação no Escore, com somatória igual ou superior a 60 pontos, isto é, tinham histórico de drogadição, renda inferior a 1,5 salário mínimo, desemprego e ausência de religião. Já nos casos de óbito, 62,5% obtiveram pontuação alta e 37,5%, intermediária. Conclusão: Na coorte acompanhada a avaliação do risco de abandono, por meio da aplicação do escore, contribuiu para a avaliação e percepção de fatores de risco de abandono de tratamento, motivados principalmente por drogadição, seguido por perda de seguimento.

Palavras-chave

tuberculose, Mycobacterium tuberculosis; Adesão ao tratamento;

Agradecimentos

UFMS/ Fiocruz /CNPq