Dados do Trabalho
Título
PARACOCCIDIOIDOMICOSE EM CONJUNTIVA PALPEBRAL: UM RELATO DE CASO
Objetivos(s)
Relatar caso de paciente com paracoccidioidomicose em conjuntiva palpebral.
Relato do Caso
VGS, 52 anos, masculino, tabagista, apresenta-se no ambulatório de infectologia com suspeita diagnóstica de leishmaniose. Paciente apresenta lesão nasal interna e externa de evolução desde janeiro de 2022. A lesão era nodular, em região nasal externa esquerda, com melhora espontânea em 40 dias. Posteriormente, surgiu lesão em mucosa nasal interna ipsilateral com crescimento progressivo, dolorosa e pruriginosa, sem sangramento ativo ou perfuração de septo nasal, com progressão para o lado contralateral. Concomitantemente, surgiu lesão ulcerada em conjuntiva palpebral superior de olho direito, associada com sinais flogísticos. Ao exame físico, evidencia-se entrópio e ausência de faixa ciliar superior, ectrópio inferior com rarefação ciliar, presença de lesão vesicular acometendo conjuntiva tarsal superior, inferior e epicantos, mais proeminente em canto temporal, com áreas de crosta, oclusão ocular incompleta com fenômeno de Bell. À rinoscopia, presença de lesões eritemato-crostosas, bilateralmente, dolorosas à palpação, septo nasal íntegro. Exames parasitológicos para leishmania de lesão nasal e ocular, negativas. Porém, observado em pesquisa direta leveduras sugestivas e cultura positiva de Paracoccidioides spp. Paciente realizou tratamento prévio em outro serviço sem sucesso para leishmaniose, entre agosto e outubro de 2022. Em exame de tomografia pulmonar observou achado característico da manifestação da doença e na região abdominal, aumento bilateral das adrenais. Após investigação do caso, diante do diagnóstico de PCM, iniciado tratamento com itraconazol 200 mg/dia em janeiro de 2023, além de acompanhamento com equipe de oftalmologia e tratamento em conjunto tópico para auxilio da manifestação da lesão no olho direito. Até o momento, com sucesso terapêutico parcial, já que o paciente segue em acompanhamento.
Conclusão
Lesões oculares foram relatadas com pouca frequência desde o primeiro relato de PCM por Adolfo Lutz em 1908. O Paracoccidioides acomete mais pálpebras e conjuntivas, normalmente dentro de um quadro clínico disseminado da doença, sendo rara a lesão primária dos olhos e seus anexos. A manifestação inicial pode ser confundida com hordéolo ou blefarite bacteriana. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são de extrema importância para prevenir lesões modificadoras e remodelação anatômica que podem levar a cegueira.
Agradecimentos
Agradecimento a toda equipe clinica e laboratorial.
Área
Eixo 12 | Infecções causadas por fungos
Categoria
Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Graduado
Autores
Vitoria Lucchesi Ribeiro, Luan Gabriel Silva Almeida, Lucas Maciel , Madson Silva Sousa , PAULA FRANCIS GOMES VIANA RIBEIRO, NATHAN PEREIRA SIQUEIRA , Teresinha Célia Mesquita, Tatiana Fortes Oliveira , Giovana Volpato Pazin Feuser, Marcia Hueb , Rosane Christine Hahn