Dados do Trabalho
Título
MORTALIDADE POR PARACOCCIDIOIDOMICOSE, ESTADO DE RONDÔNIA, 1997 A 2022
Introdução
A Paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose sistêmica de importância médica, causada por fungos do complexo Paracoccidioides spp., estando relacionada às atividades rurais. A incidência anual no Brasil varia de 0,71 a 3,70 casos por 100 mil habitantes (hab.). Em Rondônia, onde o diagnóstico foi baseado em exame micológico direto (41,6%), histopatológico (14,4%), sorológico (5,2%) ou cultura (3%), e em 35,8% em dados clínicos, epidemiológicos e radiológicos, há registros recentes de picos epidêmicos de até 15,3 casos por 100 mil hab. e letalidade de até 22,7%.
Objetivo (s)
O propósito do estudo foi analisar a mortalidade por PCM em Rondônia desde quando a doença passou a ser notificada no Estado, há 26 anos.
Material e Métodos
Para estabelecer o número de casos e óbitos, foi feito levantamento nas bases de dados do Programa Estadual de Controle de PCM, do Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN e do Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM, no período de 1997 a 2022. Foram considerados os óbitos que tiveram como causa básica a PCM (B41) e a Blastomicose (B40), segundo a 10a revisão da Classificação Internacional das Doenças (CID-10).
Resultados e Conclusão
Foram analisados 171 óbitos por PCM, em sua grande maioria trabalhadores rurais do sexo masculino em idade produtiva, distribuição semelhante aos 2904 casos notificados no mesmo período. O coeficiente geral de mortalidade por PCM foi de 4,2/1.000.000 hab. Quando comparado com a média anual do período de 1998 a 2006, que apresentava um coeficiente de 6,5/1.000.000 hab., mostra uma tendência de queda, notadamente a partir de 2018. O que pode ser decorrente por um lado, de políticas públicas impostas pelo Ministério da Saúde, que asseguraram a compra centralizada de medicamentos para o tratamento da PCM, ou por outro, da subnotificação de casos. É importante salientar que os dados referentes ao ano de 2022 estão em processo de consolidação, portanto a base de dados tem resultados parciais, podendo haver mudanças.
A PCM mantém-se como problema de Saúde Pública no Estado e foi muito afetada pela pandemia do SARS-CoV-2, tendo havido diagnóstico e tratamento menos oportunos, interrupção de tratamento e perda de seguimento. Estudos como esse mostram a necessidade de fortalecimento das ações de vigilância, prevenção e controle da doença, impondo-se investimentos em educação permanente, voltados para diagnóstico precoce, manejo clínico e acompanhamento adequado dos pacientes.
Palavras-chave
Paracoccidioidomicose, Epidemiologia, Mortalidade, Rondônia
Área
Eixo 12 | Infecções causadas por fungos
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Sônia Maria Dias de Lima, Rodrigo René Bucar Durlacher, Leonardo Moret Pereira da Silva, Beatriz Azevedo Ribera, Giovanna Botelho Barbosa da Cunha, Pérola Fernandes Ribeiro de Carvalho, Maria Eunice Magalhães dos Santos, Tharles Maia Castro, Elton Bill Amaral de Souza, Maria Arlete da Gama Baldez, Rui Rafael Durlacher