Dados do Trabalho

Título

MALÁRIA ENTRE TRABALHADORES NA REGIÃO NÃO-ENDÊMICA DO BRASIL DE 2007 A 2022

Introdução

A malária no Brasil apresenta dois cenários epidemiológicos e de assistência diferentes, o que ocorre em área endêmica e não-endêmica. Na região não-endêmica a ocorrência de casos está bastante relacionada à atividade econômica do paciente e a enfermidade acarreta perda de produtividade podendo afetar os rendimentos do paciente e sua qualidade de vida.

Objetivo (s)

Descrever o perfil epidemiológico e principais ocupações de trabalhadores acometidos por malária na região não-endêmica do Brasil.

Material e Métodos

Estudo descritivo, utilizando dados públicos provenientes do portal DATASUS do Ministério da Saúde, analisando casos de malária registrados no Sinan entre 2007 e 2022. A região não-endêmica é composta por todos os estados das regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste (com exceção do Maranhão e Mato Grosso). Medidas de frequência absoluta e relativas foram analisadas. Analisou principalmente duas variáveis que remetem ao trabalho do paciente: “Principal atividade nos últimos 15 dias” (AT_ATIVIDA) e “Ocupação/Ramo de Atividade Econômica” (ID_OCUPA_N).

Resultados e Conclusão

Foram registrados 13.176 casos de malária no período do estudo e 9,4% das informações a respeito de atividades desenvolvidas nos últimos 15 dias foram ignoradas e apenas 33,1% (N=4.366) destes casos informaram especificamente sua ocupação (CBO). Dentre os que informaram ocupação (N=4.366) predominou-se casos em pessoas: do sexo masculino (87,3%), entre 30 e 49 anos (52,9%), de cor branca (45,9%) e parda (40,3%), residentes no estado de São Paulo (18,1%). As atividades mais frequentes foram: “Viajantes” (18,0%), “Agricultores” (11,8%) e “Motorista” (10,9%). As ocupações mais declaradas foram: Motoristas de veículos de cargas em geral (12,6%), Garimpeiros e operadores de salinas (9,1%) e Trabalhadores agropecuários em geral (7,4%). As atividades e ocupações mais relatadas podem estar relacionadas a frequentes visitas a áreas endêmicas (Viajantes, motoristas e garimpeiros) ou áreas com transmissão local (Agricultores). Ações desenvolvidas pelos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador podem contribuir para melhor acolhimento do Sistema Único de Saúde a trabalhadores afetados por malária, de forma a garantir o cumprimento do princípio da integralidade do SUS ao usuário e minimizar o impacto que suas atividades econômicas sofrem devido a enfermidade.

Palavras-chave

Malária, Vigilância em Saúde do Trabalhador, Epidemiologia, Saúde Pública.