Dados do Trabalho
Título
Controle da raiva canina no Brasil: passado e presente
Introdução
No Brasil, nos últimos 40 anos, observa-se uma redução significativa dos casos de raiva em cães, decorrentes das ações de vigilância que resultaram na interrupção na circulação das variantes AgV1 e AgV2 do vírus da raiva, consideradas de maior potencial de disseminação entres cães em área urbana.
Objetivo (s)
Descrever a epidemiologia da raiva canina no periodo 1980 e 2019
Material e Métodos
Foram analisados os casos de raiva canina notificados ao Ministério da Saúde incluindo os casos confirmados por critério laboratorial e clínico-epidemiológico. Os dados foram analisados no Microsoft Excel 2016, calculadas as frequências absolutas e relativas, médias e taxas de incidências.
Resultados e Conclusão
No período foram notificados 28.805 casos em cães domésticos. Na década de 80 foram registrados 24.950 casos, o que representou 86,6% do total de registros de todo território nacional, sendo que aproximadamente 90% dos casos tinham compatibilidade clínico-epidemiológica da variante AgV2. Entre 2000 a 2019, dos 3.885 (13,5%) registros do país, 921 (23,7%) foram no ano 2000. No período de 2010 a 2019, além da significativa redução dos registros, 10,4% (n=371), as epizootias de cães raivosos com AgV1 e AgV2 ficaram localizadas em pontos específicos como municípios de fronteira com a Bolívia no Mato Grosso do Sul e Maranhão. Nesse último período, das 164 amostras que realizaram a pesquisa antigênica e genética, houve destaque para raiva canina com variante de mamíferos silvestres como morcegos hematófagos (AgV3) e canídeos selvagens AgV2*(Cerdocyon thous). Dentre as variantes silvestres, a maior frequência observada foi da AgV2*, com 14% (23/164), todos originários da região nordeste do país. O estudo aponta um controle das variantes AgV1 e AgV2, com seu último registro datado em 2015. Estes resultados foram possíveis devido à intensificação das ações de vigilância e controle, como bloqueio de foco (vacinação de cães e gatos) oportuno e campanhas massivas de vacinação antirrábica animal. A ascensão da raiva canina por variantes típicas de canídeos silvestres (AgV2*) e de morcegos hematófagos (AgV3) nos centros urbanos, evidenciam a mudança no perfil epidemiológico da raiva no país. Assim, torna-se imprescindível a introdução de ações estratégias de controle e mitigação frente aos casos de raiva em animais, com base em uma abordagem de saúde única, buscando a prevenção de casos humanos e o controle da disseminação do vírus entres as diferentes espécies.
Palavras-chave
raiva canina, vigilância, vacinação antirrábica animal
Área
Eixo 10 | Outras infecções causadas por vírus
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Silene Manrique Rocha, Fernanda Santos Bordalo, Nathalie Mendes Estima, Francisco Edilson Ferreira de Lima Junior