Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE TEMPORAL DA PREVALÊNCIA DE ESQUISTOSSOMOSE EM UMA COMUNIDADE RURAL DO INTERIOR DA BAHIA

Introdução

A esquistossomose é um problema de saúde pública mundial. No Nordeste do Brasil, a Bahia possui altas taxas de transmissão do Schistosoma mansoni.

Objetivo (s)

Descrever a prevalência e a carga parasitária de Schistosoma mansoni a partir de uma análise histórica de mais de 20 anos.

Material e Métodos

Consiste em uma pesquisa de série temporal retrospectiva, de cunho epidemiológico, com abordagem descritiva. A população de estudo são os indivíduos residentes do município do Conde-BA, previamente submetidos a avaliação parasitológica nos últimos 20 anos.

Resultados e Conclusão

Foram avaliados 1.027, 45, 777, 119, 401, 709, 340 e 452 indivíduos nos anos de 2001, 2003, 2004, 2005, 2008, 2010, 2018 e 2019, respectivamente, onde foi observado uma maior participação de sexo masculino, com idade entre 0–9 anos entre 2001–2003, e do sexo feminino, com idade entre 10–19 e 21–59 anos nos demais períodos. A maior parte reside nos vilarejos de Sempre Viva e Buri. A partir dos dados obtidos através do Kato-Katz, foi observada uma maior prevalência para S. mansoni (70,00%) no ano de 2001, quando comparado aos outros períodos. Além disso, foram obtidos dados referentes a carga parasitária através da quantificação de ovos por grama de fezes (opg), com a mediana de 84 (IIQ 24–216) opg, 16 (IIQ 8–38) opg, 56 (IIQ 24–145.5) opg, 12 (IIQ 6–24) opg, 36 (IIQ 24–96) opg, 36 (IIQ 12–90) opg, 36 (IIQ 12–108) opg e 48 (IIQ 12–96) opg, para os períodos avaliados, respectivamente. Utilizando o teste ANOVA, foram observadas diferenças estatisticamente significativas quando comparado o ano de 2001 e 2003, 2005, 2008, 2010, 2018 e 2019 (p < 0,0001), 2004 e 2003 (p = 0,0283), 2005 (p < 0,0001), 2008 (p = 0,0113), 2010 (p < 0,0001) e 2018 (p = 0,0232) e, por fim, o ano de 2008 com relação a 2010, 2018 e 2019 (p < 0,0001). Além destes resultados, também foram obtidos dados de prevalência para Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura e Ancilostomídeos, e foi observado que o helminto T. trichiura é o mais prevalente entre o período de 2001–2010. Conclui-se que, apesar da diminuição da prevalência, a carga parasitária no período, as diferenças observadas entre os anos sugerem variações na intensidade da infecção por S. mansoni. Esses achados destacam a persistência da esquistossomose como um problema de saúde pública no município, mesmo após sucessivas intervenções.

Palavras-chave

Esquistossomose. Helmintos. Kato-Katz

Agradecimentos

FIOCRUZ IGM PIAP 001/2017;FIOCRUZ IGM-002-FIO-20-2-24;FIOCRUZ VPPCB-007-FIO-18-2-87;CNPq 433141/2018-2

Área

Eixo 07 | Helmintíases

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Brenda Rodrigues Brito Cunha Silva, Ronald Alves dos Santos, Fernanda Costa Freitas, Keila Ramos Ramos, Lorena Conceição Queiroz, Bruna Souza Santos Oliveira, Ane Caroline Casaes, Bernardo Gouvea Costa Gratival, Marcos Vinicius Lima de Oliveira Francisco, Isadora Cristina Siqueira, Ricardo Riccio Oliveira