Dados do Trabalho


Título

Análise espaço-temporal dos contatos domiciliares da tuberculose e oportunidade do diagnóstico entre adultos e crianças, entre 2001 e 2022 no Brasil.

Objetivo (s)

Analisar a do diagnóstico da tuberculose (TB) a partir da distância do endereço residencial e do intervalo do diagnóstico dos casos de TB em adultos e em crianças com até quatro anos de idade, por Unidade da Federação (UF).

Material e Métodos

Estudo ecológico dos casos novos e retratamentos de TB ativa notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) entre 2001 e 2022. A geocodificação dos endereços residenciais foi realizada por meio da plataforma Geocoding API do Google Cloud ComputingⓇ. Com objetivo de identificar o diagnóstico de casos de TB em adultos (maiores de 18 anos) ou sua ausência e a oportunidade de diagnóstico quando comparado a crianças (até quatro anos de idade) e supondo contatos domiciliares foi utilizada a menor distância linear entre os pontos, sendo considerado o valor máximo de 10 metros e um intervalo de tempo máximo de 36 meses entre as datas de diagnóstico, para estabelecer o vínculo epidemiológico de um caso índice da TB em criança com adulto. As questões éticas foram respeitadas.

Resultados e Conclusão

No período analisado foram notificados 1.906.137 casos novos e retratamentos de TB ativa, sendo que 97,6% destes foram geocodificados. Na análise da distância entre os casos de adultos e crianças, verificou-se que em 76,5% essa medida foi zero e provavelmente residiam no mesmo local. A média e mediana desta distância foi 103 e 0 metros, respectivamente, sendo este valor heterogêneo entre as UF, o que explica a diferença entre os valores de tendência central. O Rio de Janeiro apresentou a menor média de distância (28,3 metros) e Roraima a maior (1.626 metros). O tempo entre o diagnóstico de adultos e crianças, considerados contatos domiciliares, foi em média de 1 dia, contudo esse valor variou no decorrer dos anos analisados. Entre 2001 e 2010, em média, as crianças foram diagnosticadas um mês antes dos adultos. Nos anos de 2011 a 2019, houve inversão e as crianças passaram a ser diagnosticadas 23 dias após o adulto. No período da pandemia da covid-19 esse intervalo aumentou para 11 meses, significando maior atraso para diagnóstico das crianças contatos domiciliares de adultos. Os casos de TB pediátrica sinalizam transmissão recente da doença numa comunidade e a heterogeneidade do intervalo de diagnóstico entre adultos e crianças sugere diferenças na capacidade de avaliar contatos de casos de TB ativa, ofertar tratamento preventivo da TB e de interromper a transmissão da doença no território.

Palavras-chave

Tuberculose, Tuberculose pediátrica, Análise espacial-temporal

Área

Eixo 13 | Tuberculose e Outras Micobactérias

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Luiz Henrique Arroyo, José Nildo de Barros Silva Júnior , Isabela de Lucena Heráclio, Geisa Poliane de Oliveira Cervieri, Layana Costa Alves, Mariana Sanches de Mello, Daiane Alves da Silva , Daniele Gomes Dell Orti, Farley Liliana Romero Vega, Fernanda Dockhorn Costa, Daniele Maria Pelissari