Dados do Trabalho


Título

ELEVADA CARGA DE MORBIMORTALIDADE HOSPITALAR POR DOENÇA DE CHAGAS NO ESTADO DA BAHIA, NORDESTE DO BRASIL, 2000–2020

Introdução

É inequívoca a importância da doença de Chagas (DC) como condição crônica de elevada morbimortalidade em áreas endêmicas brasileiras, como o estado da Bahia. A análise sociodemográfica e clínico-epidemiológica de internações hospitalares (IH) é estratégica frente ao limitado acesso a diagnóstico e tratamento na rede de atenção do Sistema Único de Saúde (SUS).

Objetivo (s)

Analisar padrões sociodemográficos e clínico-epidemiológicos da morbimortalidade hospitalar por DC e suas tendências temporais de 2000–2020 no estado da Bahia, Nordeste do Brasil.

Material e Métodos

Estudo ecológico misto, em perspectiva espaço-temporal, de base populacional estadual, a partir de dados oriundos dos sistemas de informação hospitalar e de mortalidade. Foram calculadas as taxas (TX) de letalidade hospitalar e de mortalidade geral por DC, com análise de tendências temporais por joinpoints no estado e suas regiões de saúde, segundo características do óbito e do município.

Resultados e Conclusão

Um total de 1.091/18.585.566 (0,0059%) IH no estado estava associado à DC, das quais 141 (12,9%) evoluíram para óbito (letalidade 0,05/100.000). Houve registro de 15.243 declarações de óbito por DC (5,04 óbitos/100.000 habitantes). A razão de risco para letalidade hospitalar e TX mortalidade foi maior entre homens, residentes em municípios com médio Índice Brasileiro de Privação (IBP), na região Centro-Norte e no evento de cardiopatia chagásica crônica. Verificou-se tendência de redução da IH por DC ao longo do período, mas com aumento significativo em municípios com IBP muito alto. A letalidade hospitalar teve aumento significativo, principalmente entre mulheres e municípios com IBP muito alto e das regiões Sul e Centro-Leste. A mortalidade geral por DC também teve tendência de aumento, significativo entre mulheres e municípios com IBP alto e muito alto e das regiões Sudoeste, Oeste e Norte. Conclusão: Registra-se a persistência da elevada carga de morbidade e mortalidade hospitalar DC no estado da Bahia. Contextos de vulnerabilidade programática relativa ao acesso à saúde no SUS provavelmente têm contribuído para o diagnóstico tardio e a maior gravidade dos casos com as formas crônicas determinadas da DC.

Palavras-chave

Doença de Chagas; Morbidade; Mortalidade; Hospitalização; Epidemiologia

Agradecimentos

Projeto IntegraChagas Brasil, Ministério da Saúde do Brasil. Fundação de Amparo à pesquisa do Estado da Bahia, Edital 003/2017 – Programa Pesquisa Para o SUS (PPSUS), com recursos adicionais da Netherlands Hanseniasis Relief do Brasil (NHR Brasil).

Área

Eixo 06 | Protozooses

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Doutorado

Autores

Gabriela Soledad Mardero Garcia, Andreia Heitor Martins Cunha Leite, Eliana Amorim Souza, Anderson Fuentes Ferreira, Andrea Silvestre Sousa, Alejandro Luquetti, Jorg Heukelbach, Swamy Lima Palmeira, Cristiane Medeiros Moraes Carvalho, Suzana Cristina Silva Ribeiro, Alberto Novaes Ramos Jr