Dados do Trabalho

Título

CEFALEIA RELACIONADA A COVID LONGA COMO CONDIÇÃO INCAPACITANTE: UM ESTUDO OBSERVACIONAL

Introdução

A COVID Longa é caracterizada por sintomas persistentes relacionados a COVID-19. A cefaléia relacionada a COVID Longa pode durar por mais de 6 meses, afetando indivíduos sem histórico de cefaléia anterior a COVID-19 (AL-HASHEL, 2020). A infecção por COVID-19 parece estar associada ao surgimento e ao agravamento de cefaléia pré-existente.

Objetivo (s)

Avaliar as características da cefaléia relacionada a COVID Longa.

Material e Métodos

O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa com seres humanos do CCBS/UEPA (Parecer nº 3.619.141). De tipo observacional, transversal, incluiu 102 pacientes (n = 50 com cefaleia prévia e n = 52 sem cefaleia prévia), com cefaléia de longa duração. Avaliados com o Teste de Avaliação de Incapacidade de Enxaqueca e a Escala Visual Analógica de Dor (EVA). A análise estatística foi realizada com o Graphpad Prism versão 5.0 (Graphpad prism Inc., San Diego, USA). Variáveis categóricas foram analisadas com o Teste Exato de Fisher, um modelo de regressão logística foi elaborado para analisar a associação entre os fatores de exposição e desfechos clínicos. Um nível  de 0,05 foi adotado para rejeição da hipótese nula.

Resultados e Conclusão

Cefaléia relacionada a COVID Longa foi observada com mais frequência em mulheres, duração média de 321,46 dias. EVA > 5 foi observada em 65,68% e Incapacidade severa em 47,05% dos pacientes. Pacientes com histórico de cefaléia prévio a COVID-19 relataram duração do sintoma por mais de 6 meses [n=31 (62%), p-valor = 0,031] e melhora apenas parcial com analgésicos [n=35 (70%), p-valor = 0,045]. A Regressão Logística Múltipla demonstrou que dor lombar [OR 4,00, IC-95% (1,13 – 14,17), p-valor 0,03], Internação hospitalar [OR 3.00 IC-95% (1,10 – 8,26), p-valor 0,03] e Insônia [OR 3,13, IC-95% (1.39 – 7,06), p-valor 0,005] estão associados a cefaléia relacionada a COVID Longa. A cefaléia é uma condição incapacitante, e está exacerbada naqueles que já a apresentavam antes de contrair COVID-19. Embora estes resultados sejam importantes, sugerimos a realização de estudos prospectivos para monitorar clinicamente os pacientes com COVID longa.

Palavras-chave

Infecção por Coronavírus; COVID longa; Cefaléia; Epidemiologia Clínica

Agradecimentos

Este estudo foi financiado pela Fundação Amazônia Paraense de Amparo a Estudos e Pesquisa (FAPESPA; nº 006/2020) e Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (SECTET; nº 09/2021).