Dados do Trabalho

Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA TUBERCULOSES NO RECIFE - PE, 2022

Introdução

A tuberculose é uma doença infectocontagiosa, de evolução crônica e transmissão aérea, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis. Permanece sendo um desafio à saúde pública mundial. Com a emergência da pandemia de covid-19 culminou na reorganização de ações, serviços e sistemas de saúde em todo o mundo, o que gerou anos de progresso no controle da tuberculose. Faz-se necessário, portanto, conhecer o perfil epidemiológico da tuberculose para o subsidiar as ações de saúde.

Objetivo (s)

O objetivo deste estudo é traçar o perfil epidemiológico da tuberculose em residentes da cidade do Recife-PE.

Material e Métodos

Foi realizado um estudo descritivo com abordagem quantitativa, utilizando as bases de dados dos Sistemas de Informações de Agravos de Notificação sobre Mortalidade do ano de 2022.

Resultados e Conclusão

Foram notificados em 2022, 1.975 casos (novos, não sabe e pós óbito), com taxa de detecção de 118,9 casos por 100 mil habitantes, representando um incremento de 20,9% da ocorrência da tuberculose em relação ao ano de 2021. A cidade do Recife ocupou a terceira posição em relação a taxa de detecção dentre as capitais do Brasil segundo boletim epidemiológico da tuberculose de 2022. Dos casos diagnosticados de tuberculose, 82,7% foram da forma clínica pulmonar, 13,7% da exclusivamente extrapulmonar e 3,5% de ambas formas. A proporção de casos novos de tuberculose pulmonar que realizaram baciloscopia de escarro foi de 74,4%, resultado próximo ao parâmetro estabelecido nacionalmente (75%). Das pessoas diagnosticadas com tuberculose, 71,6% foram testadas para HIV e tiveram 48,8% dos contatos examinados, ambos abaixo da meta preconizada pelo ministério da saúde. Em relação aos casos de recidiva ou reingresso após abandono, 13,8% realizaram exame de cultura, não atingindo o esperado conforme padrões nacionais. O percentual de cura de tuberculose pulmonar foi de 57,5% e o de abandono do tratamento foi de 13,5%, quando deveria ser acima de 85% e abaixo de 5% respectivamente. Foram registrados 103 óbitos por tuberculose, com coeficiente de mortalidade de 6,2 óbitos por 100 mil habitantes. Recife ocupou a segunda posição atrás de Belém, em relação as demais capitais brasileiras em relação a mortalidade. Conclui-se que é fundamental conhecer os indicadores da tuberculose para subsidiar os gestores na tomada de decisão e auxiliar no fortalecimento de estratégias na detecção precoce visando a redução da morbimortalidade da tuberculose.

Palavras-chave

Tuberculose. Vigilância epidemiológica. Doenças negligenciadas.