Dados do Trabalho
Título
Recidivas de malária por Plasmodium vivax na região amazônica brasileira: uma comparação entre os cenários de 2016 e 2022
Introdução
Considerada um grave problema de saúde pública, a malária é endêmica na região amazônica brasileira. Recidivas provocadas pelo Plasmodium vivax, além de aumentarem o sofrimento do paciente, contribuem para a manutenção da doença em um cenário de eliminação.
Objetivo (s)
Comparar o perfil epidemiológico das recidivas de malária vivax na região amazônica brasileira em 2016 e 2022.
Material e Métodos
Estudo descritivo, com dados do Sivep-Malária de 2016 e 2022. Foram consideradas recidivas, os exames de lâminas de verificação de cura (LVC) positivos de malária por P. vivax.
Resultados e Conclusão
Em 2016, foram registrados 134.024 exames positivos de malária vivax. Destes, 21.932 (16,4%) foram classificados como recidivas. Já em 2022, dos 129.268 casos confirmados pela mesma espécie parasitária, 19.437 (15,0%) foram recidivas. Considerando a raça dos indivíduos notificados, em 2016, os percentuais de recidivas foram maiores em pessoas pretas e amarelas (18,5 e 17,2% do total de casos positivos, respectivamente). Já no ano de 2022, observou-se percentuais maiores em pessoas brancas (20,9%) e pretas (20,1%), com aumento da proporção por essa última em relação a 2016. Comparando os dois anos, observou-se que as recidivas em pessoas indígenas e pardas sofreram queda, de 14,3% para 12,0% e de 16,8% para 15,6% respectivamente. Em relação a escolaridade, proporcionalmente, pacientes analfabetos são os que menos recaem em comparação com outros níveis de escolaridade (11,2% dos casos em 2016 e 8,2% em 2022). Em 2022, notou-se uma tendência de aumento das recidivas quanto maior a escolaridade do indivíduo. Comparando-se o cenário das recidivas em 2016, quando o Brasil registrou o menor número de casos novos de malária em mais de 20 anos, com o cenário de 2022, observou-se que, embora a proporção de lâminas de verificação de cura positivas no geral tenha sido menor, os grupos de pessoas brancas e pretas apresentaram um aumento, enquanto indígenas e pardos apresentaram redução. Isso pode demonstrar uma tendência de mudança no comportamento populacional em relação a doença. Além disso, observou-se que, quanto maior a escolaridade, maiores são as incidências de recidivas por malária por P. vivax, o que pode demonstrar uma falta de conhecimento em relação à doença ou ainda a falta de preocupação com o tratamento. Este comportamento reflete em uma baixa adesão ao tratamento, aumentando o risco de transmissão da doença.
Palavras-chave
Recidiva; Plasmodium vivax; Malária.
Área
Eixo 06 | Protozooses
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Anderson Coutinho da Silva, Eliandra Castro de Oliveira, Ronan Rocha Coelho, Jéssica de Oliveira Sousa, Ana Carolina Laraia Ciarlini