Dados do Trabalho

Título

Distribuição espacial das internações por esquistossomose mansoni e efetividade dos indicadores operacionais do Programa de Controle da Esquistossomose em três estados Nordestinos

Introdução

A esquistossomose mansoni (EM) é uma doença parasitaria de caráter debilitante em sua fase crônica. Nas Américas, o Brasil está entre os países com maior número de casos, onde destaca-se os estados de Alagoas (AL), Pernambuco (PE) e Sergipe (SE).

Objetivo (s)

Analisar os padrões espaciais das internações por esquistossomose mansoni, e verificar a ação de indicadores operacionais do PCE em AL, PE e SE de 2008 a 2021.

Material e Métodos

Trabalho ecológico, de séries temporais com técnicas de análise espacial. Todas as informações foram coletadas no Sistema de Informação Hospitalar (SIH) e no Sistema de Informação do Programa de Vigilância e Controle da Esquistossomose. No SIH coletamos o número (n) de internações. No SISPCE, coletamos o (n) de exames realizados, (n) de positivos e taxa de positividade. Realizamos uma análise de tendência usando modelo de regressão JoinPoint. E, uma análise de distribuição espacial e autocorrelação espacial usando a taxa de hospitalização, no software TerraView.

Resultados e Conclusão

Ocorreram 949 internações por EM, em sua maioria detectadas no estado de PE (n=715). E 4.848.284 exames foram realizados pelo Programa de Controle da Esquistossomose, com ênfase maior em AL(n=2.204.095). E o número de positivos nos três estados é de 268.498, com destaque também para AL (n=131.135). A análise de tendência demonstrou que AL e SE apresentam redução quanto ao número de exames realizados, com Variação Percentual Anual (APC) de -3,1 (p<0,007) e -12,3; (p<0,001) respectivamente; enquanto que PE apresentou estabilidade com Variação Percentual Anual Média de 0,8 (IC95%: -8,8 a 11,5; p = 1,0). Já para taxa de positividade os três estados apresentam redução (AL: APC = -7,8; p<0,001; PE: APC = -11,3; p<0,1; SE: APC = -5,0; p<0,001). Como esperado, a distribuição espacial mostrou que as internações ocorrem mais PE (já evidenciado pelo número de casos), sobretudo na zona da mata e região metropolitana do estado. Com autocorrelação positiva (Índice: 0,3476: p<0,001) para toda área sob análise (AL, PE e SE) com municípios apresentando padrão de alto risco nos três estados, com maior frequência também em PE. Os dados demonstram que as internações ocorrem mais em PE. Entretanto, apesar do estado apresentar maior número de internações, é notado uma redução de exames e consequentemente de casos positivos no estado. Tal situação demonstra que a estabilidade de exames realizados no estado, resultou em uma maior hospitalização por esquistossomose.

Palavras-chave

Análise Espacial; Schistosoma mansoni; Doença Crônica.