Dados do Trabalho
Título
Situação das arboviroses após a ocorrência de desastres naturais:desastre no litoral sul e extremo sul da Bahia entre os anos de 2021 e 2022
Introdução
Em dezembro de 2021 a região sul e extremo sul da Bahia sofreu com a ocorrência de desastres devido ao grande volume de chuva que atingiu a região, em situação de desastres é esperado aumento na ocorrência de doenças transmissíveis, como: doenças de veiculação hídrica, doenças transmitidas por vetores, dengue e chikungunya e agravamento de condições crônicas, causando um grande desequilíbrio na saúde pública local.
Sabe-se que as doenças causadas por arbovírus tem seu agravamento intimamente ligado a proliferação do seu vetor, que no caso específico das arboviroses urbanas (dengue, zika e chikungunya), têm sua transmissão causada pelo Aedes aegypti.
Atualmente o Aedes aegypti está presente em todo território nacional. A fêmea desta espécie se alimenta de sangue, tornando-se a responsável pelo processo de transmissão, seus ovos são depositados próximo a uma fonte de água, podendo eclodir até 30 minutos após o contato com a água.
Objetivo (s)
Apresentar o comportamento das arboviroses (Dengue e chikungunya) no estado da Bahia após a ocorrência do desastre.
Material e Métodos
Trata-se de estudo epidemiológico descritivo para observar a relação entre a ocorrência de desastres no estado da Bahia e o aumento de casos de arboviroses urbanas. Foram considerados o número de casos absolutos das semanas epidemiológicas 44/2021 a 04/22 nos municípios da região sul e extremo sul do estado com decretos de situação de emergência em razão do desastre. Os dados foram extraídos do SINAN disponíveis no TABNET-Datasus.
Resultados e Conclusão
Em relação a dengue nota-se que entre a SE 44/21 e 04/22 foram notificados 757 casos em 27 municípios, as SE 50 e 51 possuem o maior número de notificação com 246, destes 144 foram notificados no município de Coaraci e 64 em Itamaraju, o somatório representa 27,48% dos casos.
Quando se compara com o mesmo período do ano anterior, o número de casos nesses municípios aumentaram 433,15%, justamente no período em que os desastres ocorreram.
Já com relação a chikungunya nota-se que entre a SE 44/21 e 04/22 foram notificados 846 casos em 27 municípios, sendo Itamaraju com 565 casos e Coaraci com 168, o somatório representando 86,64% dos casos.
Quando comparado ao mesmo período do ano anterior, o aumento de casos nesses municípios aumentaram em 1692%.
Diante do exposto observou-se um aumento de casos nos municípios afetados por desastres, demonstrando a necessidade de ações inter e intersetoriais.
Palavras-chave
Desastre, arboviroses, dengue, chikungunya, enchentes
Área
Eixo 08 | Arboviroses
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Rafaela dos Santos Ferreira, José Lucas Pinho da Fonseca, Muriel Matos do Nascimento Silva