Dados do Trabalho
Título
Análise do Controle de Vetores na Epidemia de Chikungunya na fronteira entre Brasil e Paraguai, 2023.
Introdução
O Brasil conseguiu a erradicação ao debelar o último foco de Aedes aegypti, em 1955, no município de Santa Teresinha, BA, mas o vetor retornou em 1976, na cidade de Salvador. A partir daí, a dengue se propagou em quase todo o território nacional. A emergência do Chikungunya, com os primeiros casos de transmissão autóctone no Oiapoque (AP) e Feira de Santana (BA), tornou ainda mais complexa a vigilância e o controle das doenças transmitidas por vetores no país. Agora, a interiorização dessas duas arboviroses requer a implementação de um controle de vetores mais moderno, eficiente e em tempo real. ‘
Objetivo (s)
Analisar o controle de vetores na epidemia de Chikungunya em área de fronteira seca entre o Brasil e o Paraguai.
Material e Métodos
Trata-se de um estudo ecológico descritivo e quantitativo, cujas unidades de análise correspondem aos municípios com as maiores taxa de incidência de Chikungunya no Estado de Mato Grosso do Sul. O estudo realizado abrange até a 21 semana epidemiológica, o período até 29 de maio. Foram analisados os dados epidemiológicos casos, taxa de incidência, letalidade e óbitos.
Resultados e Conclusão
Foram realizadas análises estatísticas dos dados epidemiológicos com os objetivos de fornecer um quadro do comportamento da Chikungunya no Mato Grosso do Sul. A análise das dez maiores taxas de incidência mostra quatro municípios na fronteira seca com os departamentos paraguaios de Amambay e Canindeyú.
Do lado brasileiro, o controle de vetores é feito ainda de forma primitiva e, arcaica. O agente de endemias visita os domicílios e anota esses dados entomológicos em planilhas a lápis. Assim, o trabalho dos agentes de endemias nesses municípios brasileiros ainda é feito da mesma forma de Oswaldo Cruz, isso em pleno ano de 2023.
Do lado do Paraguai, o controle de vetores também é realizado de forma arcaica, sem nenhuma logística e com grande delay nas informações entomológicas de campo. A existência de duas coordenações diferentes trabalhando de forma descentralizada contribui, ainda mais, para a situação de epidemia de Chikungunya nessa região de fronteira.
Ademais, a área de fronteira seca tem parte de sua economia relacionado a atividades ilegais como contrabando e tráfico de drogas. Essa região tem altos indicadores de homicídios, prejudicando os trabalhos de controle de vetores de ambos os países. Existe uma grande rejeição da população dessa área em permitir o agente de endemias adentrar em suas residências para a necessária eliminação dos criadouros.
Palavras-chave
Epidemia, Chikungunya, Fronteira Seca.
Área
Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Leandro Layter Xavier, Letícia Augusto Pessanha, José Francisco Moreira Pessanha