Dados do Trabalho

Título

Perfil epidemiológico de Geo-helmintíases entre escolares nos estados do Norte e Nordeste, 2011 a 2015

Introdução

As doenças parasitárias possuem caráter endêmico em determinadas áreas do Brasil, sobretudo naquelas de menor desenvolvimento socioeconômico. As crianças e adolescentes em idade escolar têm importante papel epidemiológico na disseminação das Geo-helmintíases, sobretudo pela pouca ou nenhuma educação sanitária voltada para o cuidado com a limpeza e a origem dos alimentos consumidos.

Objetivo (s)

Descrever o perfil epidemiológico das Geo-helmintoses nos estados do Norte e Nordeste do Brasil, entre escolares de 7 a 17 anos, de ambos os sexos, entre 2011 e 2015.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo descritivo de base populacional, realizado através de dados obtidos do Inquérito Nacional de Prevalência da Esquistossomose mansoni e Geo-helmintoses disponibilizado pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. As variáveis utilizadas foram ausência de saneamento domiciliar e ambiental, nível de escolaridade e endemicidade. Os dados foram apresentados por meio de frequências absolutas e relativas.

Resultados e Conclusão

Foram avaliados 197.564 escolares residentes em 521 municípios das regiões Norte e Nordeste do Brasil, no período 2011-2015. Foram notificados 5.192 (2,7%; IC95%: 1,9-3,5) escolares com ovos de ancilostomídeos nas fezes, com maiores frequências nos estados do Maranhão (15,8%), Pará (7,2%), Sergipe (6,6%), Tocantins (6,1%), Paraíba (5,1%), Bahia (4,2%) e Amazonas (3,1%). O Ascaris lumbricoides foi observado em 11.531 escolares (6,0%; IC95%: 5,1-7,0), com maior frequência nos estados do Amazonas (19,1%), Maranhão (17,5%), Alagoas (14,3%), Sergipe (12,9%) e Pará (11,8%). A falta de acesso ao saneamento básico adequado e níveis de escolaridade baixos foram os fatores de maior impacto na frequência de helmintos na população analisada.
Os resultados demonstram que é importante manter e intensificar as intervenções de controle, com prioridades estratégicas focalizadas nos estados com elevadas prevalências de infecção por Geo-helmintos. Sugere-se que sejam desenvolvidas ações de educação em saúde, por meio de projetos de extensão nas escolas, permitindo que universidade e comunidade possam promover estratégias que contribuam no conhecimento dos escolares sobre a temática.

Palavras-chave

Geo-helmintoses, Prevalência, Norte e Nordeste, Escolares.