Dados do Trabalho


Título

Infecções pelo Vírus Sincicial Respiratório durantea pandemia de COVID-19 no Rio Grande do Sul: caracterização genética e epidemiológica

Introdução

O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é uma importante causa de Síndrome Gripal (SG) e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). O VSR é dividido nos subtipos A e B e cada subtipo é subdividido em diferentes genótipos de acordo com a sequência do gene da proteína G viral. No Rio Grande do Sul (RS), o VSR apresenta maior circulação durante o outono e inverno, acometendo principalmente crianças de até 2 anos de idade, idosos e indivíduos imunocomprometidos. Durante o primeiro ano da pandemia de COVID-19 houve redução dos casos de VSR no RS, entretanto o vírus voltou a circular na população do Estado em 2021.

Objetivo (s)

Investigar casos de infecção pelo VSR no RS em 2021 para traçar o perfil epidemiológico, identificar os subtipos virais circulantes e realizar inferência filogenética.

Material e Métodos

Foram analisados casos de infecção respiratória no RS em 2021 com diagnóstico negativo para SARS-CoV-2 e para vírus influenza A e B, cujas amostras eram de pacientes ambulatoriais (SG) oriundas de unidades sentinelas e de pacientes internados com SRAG, incluindo casos de óbito e crianças até 2 anos. Amostras respiratórias dos pacientes foram analisadas para detecção de VSR por RT-qPCR no LACEN-RS e UFCSPA; a subtipagem e o sequenciamento genômico do VSR de 20 casos de SG e 180 casos de SRAG foram realizados por NGS na plataforma Illumina na Fiocruz-RJ.

Resultados e Conclusão

Um total de 21.035 amostras foram analisadas, obtendo 2.947 (14%) casos positivos. O VSR circulou todo ano, com maior número de casos entre junho e julho (SE 24ー28), logo após o período de flexibilização das restrições sanitárias da pandemia. O VSR foi detectado em 29,8% das crianças <2 anos; considerando apenas o grupo 0–6 meses, 46,7% dos casos foram positivos. De um total de 361 óbitos, 55 (15,2%) foram positivos para VSR, sendo 39 (70,9%) em pacientes >60 anos. O subtipo VSR-A foi identificado em 65% (13/20) das amostras de SG e 57,8% (104/180) de SRAG, enquanto VSR-B foi identificado em 35% (7/20) de SG e 42,2% (76/180) de SRAG. O genótipo GA.2.3.5 foi mais frequente (66 amostras) entre as amostras do subtipo VSR-A, enquanto o GB.5.0.5a (28 amostras) foi mais frequente entre VSR-B. Este estudo fornece dados epidemiológicos e genéticos sobre os casos de VSR no RS durante a pandemia de COVID-19. Embora a análise estatística não esteja concluída, os dados apresentam a alta morbidade e mortalidade envolvendo a infecção por VSR nos extremos etários investigados.

Palavras-chave

Vírus Sincicial Respiratório, Epidemiologia molecular, COVID-19

Agradecimentos

Gostaria de expressar minha sincera gratidão à FAPERGS e ao CNPq pelo valioso apoio financeiro concedido à nossa pesquisa científica que tem sido fundamental para o desenvolvimento do projeto.

Área

Eixo 10 | Outras infecções causadas por vírus

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Guilherme Carey Fröhlich, Tatiana Schäffer Gregianini, Felipe Grillo Pinheiro, Rodrigo Nascimento, Thiago Menezes, Veridiane Maria Pscheidt, Letícia Garay Martins, Amanda Pellenz Ruivo, Ana Beatriz Gorini da Veiga