Dados do Trabalho

Título

SITUAÇÃO DE ENCERRAMENTO DA TUBERCULOSE NA POPULAÇÃO PRIVADA DE LIBERDADE NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, SEGUNDO RAÇA/COR, DE 2014 A 2019

Introdução

A tuberculose (TB) é um dos principais problemas de saúde pública no Brasil. A população privada de liberdade (PPL) possui um risco de adoecimento 28 vezes maior quando comparada a população geral, sendo extremamente necessária a adoção de estratégias e ações de saúde para o controle da TB direcionadas a este grupo.

Objetivo (s)

Descrever a situação de encerramento de tuberculose na população privada de liberdade no Estado do Rio de Janeiro (ERJ), segundo raça cor, no período de 2014 a 2019.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo descritivo de abordagem quantitativa, com delineamento transversal. Foram utilizados dados secundários de notificação de tuberculose do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) cedidos pela Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro (SES) para os anos de 2014 a 2019. Foram calculadas as proporções de encerramento do tratamento (cura, abandono, óbito por TB, óbito por outras causas, transferência, TB Droga resistente -TB DR, mudança de esquema e falência), segundo as categorias de raça/cor (branca, preta, amarela, parda e indígena). Os dados foram estruturados no Microsoft Excel ® 2010 e analisados no SPSS (versão 20.0).

Resultados e Conclusão

No período do estudo foram encerrados 4954 casos de Tuberculose na População Privada de Liberdade no ERJ, sendo 41% pertencentes à raça cor parda, 19,9% branca, 12,6% preta, 0,4% amarela, 0,01% indígenas e 26% ignorados/em branco. Quanto ao percentual de cura, pardos apresentaram 40,5% dos casos encerrados e os brancos 20,9%. Em relação ao abandono, 39,7% eram pardos, 17,4% brancos e 13,2% pretos. Os maiores percentuais de óbitos por TB foram entre os pardos (47,2%), seguidos dos ignorados (28,3%), brancos (13,2%) e pretos (9,4%). Quanto ao encerramento por transferência, 53,6% eram pardos, 20% brancos e 14,3% pretos. O maior percentual de TB-DR foi nos indivíduos pardos (35,3%), seguido dos brancos (29,4%), pretos (11,8%) e amarelos (5,9%). Diante disso, os achados do estudo auxiliaram na compreensão do perfil de encerramento dos casos de TB, de acordo com a classificação étnica adotada no Brasil. Os percentuais de cura e abandono são preocupantes e desafiam o controle epidemiológico da doença. Além disso, compreender os perfis étnicos do encerramento da tuberculose é necessário para conhecer a vulnerabilidade de grupos populacionais à TB e identificar potencialidades e fragilidades a fim de direcionar o planejamento de ações para esse grupo.

Palavras-chave

Tuberculose. População Privada de Liberdade. Situação de Encerramento. Raça/Cor.