Dados do Trabalho


Título

Barreiras de acesso ao diagnóstico e tratamento da doença de Chagas nos municípios de atuação da pesquisa de implementação do Projeto CUIDA Chagas no Brasil.

Introdução

A doença de Chagas (DC) é uma doença tropical negligenciada com alcance global que afeta milhões de pessoas. No Brasil, estima-se que entre 2 e 3 milhões de pessoas são portadoras da doença de Chagas crônica (DCC), a grande maioria não diagnosticada. Globalmente, menos de 10% das pessoas afetadas pela doença são diagnosticadas.

Objetivo (s)

Caracterizar barreiras de acesso ao diagnóstico e tratamento da doença de Chagas em adultos e em recém-nascidos expostos, em cinco municípios brasileiros em 2022.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo transversal descritivo, constituinte da pesquisa de implementação do projeto CUIDA Chagas, envolvendo um município dos estados Pará (PA), Minas Gerais (MG), Goiás (GO), Bahia (BA) e Rio Grande do Sul (RS). Buscou-se responder as seguintes questões: Existem fluxos municipais para direcionar o paciente ao acesso ao diagnóstico e tratamento etiológico da DCC e da infecção do recém-nascido exposto? Existe notificação dos casos nos sistemas de informação? A coleta de dados ocorreu através de informantes chaves (gestores e profissionais de saúde) e visitas técnicas aos serviços de saúde. O software Miro foi utilizado para a construção dos fluxos de diagnóstico, tratamento e vigilância.

Resultados e Conclusão

Nos 5 municípios não existia um fluxo pré-estabelecido para acesso ao diagnóstico, notificação e tratamento para RN expostos. Em relação a DCC, não foram reconhecidos fluxos para diagnóstico e tratamento nos municípios do RS e do PA. No PA existem fluxos apenas para a fase aguda da doença. Nos municípios de MG, BA e GO, observou-se que o tempo do diagnóstico variou entre 20 e 90 dias, com média de 67 dias. A solicitação da sorologia frequentemente acontece na APS e a realização em laboratórios localizados na capital dos estados, já na BA, o laboratório fica em município próximo. No RS, o diagnóstico é feito em laboratório da rede privada conveniada ao SUS. Não foi identificado a realização de seguimentos dos casos de DCC em tratamento etiológico de modo sistemático em nenhuma localidade.
Há uma grande barreira de acesso ao cuidado do paciente com DCC e do RN exposto manifestando-se através da falta de fluxos de acesso ao diagnóstico e tratamento para nos diferentes municípios. Conclui-se que há necessidade de estratégias sistematizadas que mitiguem essas
dificuldades para ações de vigilância e cuidado de RNs expostos.

Palavras-chave

Doença de Chagas; Acessibilidade aos serviços de saúde; fluxos de cuidado; Trypanosoma cruzi; Barreiras; Transmissão Vertical.

Agradecimentos

Unitaid, Ministério da Saúde - Brasil.

Área

Eixo 06 | Protozooses

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Wesllana de Oliveira Ferreira Gonçalves, Andréia Alves Castilhano, Mauro Junior Serrão Pantoja, Lucélia Pereira dos Santos Cardoso, Arilon Félix Santiago, Eliana de Souza Amorim, Fernanda de Souza Nogueira Sardinha Mendes, Henny Luz Heredia Martínez, Camila de Lima Garroux , Debbie Vermeij, Andréa Silvestre de Sousa