Dados do Trabalho
Título
Vírus John Cunningham em pacientes com esclerose múltipla em tratamento no Mato Grosso do Sul
Introdução
A esclerose múltipla (EM) é uma doença progressiva e de difícil previsão, resultando em casos de incapacitação e/ou limitação física, psíquica e social. O natalizumabe é atualmente uma das terapias modificadoras de doença mais eficazes para a enfermidade. No entanto, seu uso prolongado pode ser associado ao desenvolvimento de leucoencefalopatia multifocal progressiva (LEMP), em portadores do vírus John Cunningham (JVC) que em pacientes imunocomprometidos pode ser fatal ou resultar em incapacidade grave.
Objetivo (s)
Identificar pacientes em tratamento com natalizumabe, para EM que descontinuaram o tratamento devido ao aumento de risco de desenvolvimento de LEMP em razão de índice de anticorpos anti-JVC acima de 1,5.
Material e Métodos
É um estudo retrospectivo descritivo, utilizando dados de prontuários de pacientes com diagnóstico de EM, tratados com natalizumabe disponibilizado pelo SUS por meio do Componente Especializado. Estes pacientes foram acompanhados no Ambulatório de Neurologia do Hospital Universitário e na Farmácia Escola Profª Ana Maria Cervantes Baraza entre os anos de 2011 e 2019. O resultado do índice de anticorpos anti-JCV foi avaliado a cada seis meses, determinados por ensaio imunoenzimático conforme recomendação atual para a estratificação de risco de LEMP.
Resultados e Conclusão
Foram identificados 62 pacientes com prescrição de Natalizumabe. A descontinuação do tratamento foi observada em 53,2% (33/62) dos casos. Dentre esses, 72,7% (24/33) ocorreram devido ao índice de anticorpos anti-JVC, caracterizando elevado risco de LEMP. os resultados do status sorológico e índice de anticorpo anti-JCV foram determinados por ensaio imunoenzimático realizado no Unilabs, Copenhagen, Dinamarca, usando o STRATIFY JCV. Os pacientes, após a descontinuação, iniciaram outra terapia com menores chances de desenvolvimento de LEMP. As principais terapias prescritas posteriormente foram fingolimode (43,7%), ocrelizumabe (31,3%), O alentuzumabe (12,6%), seguidos da teriflunomida e acetato glatirâmer (3,2%) para dos pacientes. A principal razão que leva à decisão de descontinuar o tratamento altamente eficaz com natalizumabe é o risco potencial, indicado pelo alto índice de anticorpos do JC. O monitoramento clínico e acompanhamento farmacoterapêutico desses pacientes são importantes para garantir segurança e alcance das metas terapêuticas. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos, sob Parecer: n°3.177.442 (CAAE 01443618.2.0000.0021).
Palavras-chave
Esclerose múltipla. Natalizumabe. JC Virus.
Área
Eixo 10 | Outras infecções causadas por vírus
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Erica Freire Vasconcelos-Pereira, Vanessa Marcon Oliveira, Cristiane Munaretto Ferreira, Maria Tereza Ferreira Duenhas Monreal, Angelita Fernandes Druzin, Liara Ferreira Santos, Dario César Brum Arguello, Vanessa Terezinha Gubert