Dados do Trabalho
Título
PERFIL DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO RIO DE JANEIRO, DE 2010 A 2022
Introdução
As leishmanioses são doenças infecciosas causadas por protozoários do gênero Leishmania, transmitidos pela picada da fêmea infectada do inseto vetor, flebotomíneo. Podem causar quadros que afetam o sistema fagocítico mononuclear, particularmente a medula óssea, fígado, baço e gânglios (leishmaniose visceral - LV), ou lesões cutâneas e/ou mucosas (no Novo Mundo quadro conhecido como leishmaniose tegumentar americana - LTA). A leishmaniose visceral no Brasil é causada por Leishmania infantum (sin. chagasi), transmitido por Lutzomyia longipalpis. A LV foi endêmica no estado do Rio de Janeiro (RJ) nas últimas décadas do século XX, entretanto as notificações diminuíram entre o final do século XX e o início desde século.
Objetivo (s)
Descrever o perfil epidemiológico da leishmaniose visceral humana no RJ de 2010 a 2022.
Material e Métodos
Estudo ecológico utilizando dados dos casos confirmados de LV em residentes em municípios do RJ registrados base estadual do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINANNET), maio de 2023.
Resultados e Conclusão
Durante o período de 2010 a 2022 foram notificados 343 casos de LV no RJ, dos quais 113 (32,9%) casos foram confirmados; 56 (49,6%) eram autóctones do RJ no estado e 27 tinham autoctonia indeterminada, sendo os demais (30 – 26,5%) importados de outras unidades da federação. Noventa e nove casos (87,6%) foram confirmados por critério laboratorial (87,6%). As faixas etárias mais acometidas são de 20 a 49 anos com 50,4 % dos casos e a de 0 a 14 anos com 31,8 % (o que está em acordo com dados de ocorrência de LV no país). Em crianças na faixa de 0 a 4 anos não houve diferença entre os sexos, enquanto nas demais ocorreu predomínio do sexo masculino. Os óbitos por LV no RJ ocorreram em 16,8 % dos casos no período estudado (21,4% em 2022).
As principais causas de óbito estão relacionadas a infecções e complicações hemorrágicas e a taxa de letalidade no RJ está acima daquelas do país. O alto percentual de casos confirmados laboratorialmente no estado durante 2010 a 2022 aponta para uma alta demanda no diagnóstico laboratorial dos casos. Na ausência de diagnóstico positivo, sorológico ou parasitológico, o quadro clínico sugestivo com antecedentes epidemiológicos compatíveis deve indicar o início da terapia, desde que excluídas outras doenças que fazem diagnóstico diferencial com a LV, como neoplasias hematológicas. O retardo do início da terapia pode levar ao agravamento do quadro clínico e ao óbito.
Palavras-chave
Leishmaniose Visceral - Vigilância - Perfil Epidemiológico
Agradecimentos
SES RJ
OPAS
Área
Eixo 06 | Protozooses
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Cristina Maria Giodano, Maria Inês Fernandes Pimentel, Carlos Henrique Carvalho Assis, Paula Maria Pereira Almeida, Silvia Carvalho, Vanderleia Cristina Oliveira