Dados do Trabalho


Título

Fototerapia com luz LED azul reduz infecção in vitro por Toxoplasma gondii

Introdução

A busca por um tratamento eficaz para eliminar o Toxoplasma gondii, agente causador de toxoplasmose, é feito há décadas e produziu resultados que não são completamente eficazes. Estratégias quimioterápicas vêm sendo propostas para eliminar o parasita, porém, devido à alta citotoxicidade das drogas e a estreita dependência de seus efeitos no background genético do parasita, ainda existem barreiras frágeis no manejo clínico da doença. Uma nova estratégia física usando diodo emissor de luz azul (LED) fototerapia é proposta como coadjuvante da quimioterapia contra o T. gondii. Por décadas, azul luz melhorou com sucesso as terapias de icterícia neonatal em centros médicos. Além dessa aplicação, a fototerapia também é capaz de inativar microrganismos, como bactérias, fungos e vírus.

Objetivo (s)

Avaliar os efeitos da terapia com luz LED azul em cultura de fibroblastos humanos infectados pela cepa RH de T. gondii.

Material e Métodos

Culturas primárias foram mantidas a 37°C com atmosfera úmida e 5% de CO2 em RPMI 1640, suplementado com soro fetal bovino, penicilina, estreptomicina, fungizona e glutamina. A cepa RH foi mantida através de passagens em culturas de fibroblastos e, após transformação em formas taquizoítas de T. gondii, as células foram infectadas. Essas culturas foram expostas à luz LED azul (460 nm e 40 µW/cm2 ) durante 24 e 72 horas.

Resultados e Conclusão

A exposição por 24 e 72 horas inibiu o crescimento do parasita por ambos os períodos. O número de parasitas após exposição à luz azul por 24 horas foi de 840 ± 17,5 formas taquizoítas. Isso foi significativamente menor do que o controle não tratado (2513 ± 55,3; p = 0,0003) correspondendo a 66,57± 26,7% de inibição do crescimento. A exposição por 72 horas apresentou resultados ainda mais expressivos, com redução no número de parasitas tratados com luz azul (1.780 ± 23,9 formas de taquizoítos) em comparação com não tratados 164 controles (5.949 ± 60,5;p = 0,0001), correspondendo a 70,07 ± 25,8% de inibição do crescimento. O estudo demonstra a suscetibilidade de T. gondii à luz LED azul, o tratamento reduziu a quantificação de cepas RH distintas de T. gondii em até 70%. Esses dados reforçam a importância de uma terapia alternativa e/ou complementar contra T. gondii e instiga mais investigações sobre o mecanismo subjacente e se fototerapia de longa duração promoveria melhor efetividade no tratamento clínico de toxoplasmose.

Palavras-chave

Toxoplasma gondii, fototerapia, luz azul.

Agradecimentos

CAPES, UFOP e CNPq

Área

Eixo 06 | Protozooses

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Doutorado

Autores

Débora Nonato Miranda de Toledo, Lauro De Assis Duarte Júnior, Kelerson Mauro de Castro Pinto, Rodrigo Fernando Bianchi, Érica dos Santos Martins Duarte, André Talvani