Dados do Trabalho
Título
Comparação proteômica de Leishmania (Viannia) braziliensis e L. (V.) naiffi revela diferenças significativas em metaciclogênese, proliferação e virulência nesses parasitos
Introdução
A diversidade e simpatria de espécies de Leishmania que circulam nas Américas, e o
polimorfismo clínico ao qual estão associadas representam um imenso desafio para o controle
da leishmaniose tegumentar americana (LTA). No Brasil, L. (Viannia) braziliensis
está associada a diversas formas clínicas da LTA incluindo formas graves e frequente falha
terapêutica, ao passo que L. (V.) naiffi causa geralmente formas autoresolutivas. O
desenvolvimento in vitro e o curso de infeções experimentais com essas espécies é bastante
distinto. A descrição e o entendimento da modulação do proteoma das espécies de Leishmania
pode contribuir à compreensão das diferenças fenotípicas entre os parasitos e seu papel nos
variados desfechos clínicos. Estudos do proteoma de Leishmania têm abordado, entre
outros, a diferenciação do parasito, o secretoma, e a resposta imune na interação com o
hospedeiro; contudo, o proteoma das espécies do subgênero Viannia, que inclui os principais
patógenos da LTA, é pouco conhecido.
Objetivo (s)
Nesse contexto, o objetivo geral dessa pesquisa foi analisar comparativamente o proteoma de L. (V.) braziliensis e L. (V.) naiffi e apontar as diferenças quantitativas e qualitativas entre essas duas espécies.
Material e Métodos
Para avaliar isto, realizamos uma
análise proteômica quantitativa por espectrometria de massas e comparamos a abundância de
proteínas em cada espécie.
Resultados e Conclusão
Cerca de 60% do proteoma predito para Leishmania foi
identificado, incluindo proteinas na ordem de abundância de 10 cópias por parasito.
Descrevemos aqui o primeiro mapa proteômico de L. naiffi. Análise de componentes principais
mostrou uma separação entre as espécies com base nas diferenças na abundância de
proteínas. Observamos maior abundância de moléculas associadas à proliferação em L. naiffi, e
maior quantidade de subunidades ribossomais nessa espécie. Por outro lado, observamos que
proteínas envolvidas em metaciclogênese e estresse oxidativo são mais abundantes em L.
braziliensis, incluindo as proteínas META2, tripanotiona reductase e tripanotiona sintase. Além
disso, proteínas da via das poliaminas como arginase, espermidina sintase e s-
adenosilmetionina decarboxilase, que estão envolvidas em proliferação foram mais
abundantes em L. naiffi. Em concordância com os fenótipos dessas espécies, os resultados
indicam uma maior capacidade proliferativa em L. naiffi, porém com menor abundância de
parasitos infectivos e menor resistência ao estresse oxidativo quando comparada a L.
braziliensis
Palavras-chave
proteômica, Leishmania, Viannia, braziliensis, naiffi
Área
Eixo 06 | Protozooses
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Rebeca Arruda, Bruna Chagas, Nathalia Pinho, Michel Batista, Rodrigo Brant, Elisa Cupolillo, Patricia Cuervo