Dados do Trabalho


Título

PERFIL DA FEBRE MACULOSA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Introdução

A febre maculosa foi descrita no Brasil pela primeira vez em São Paulo em 1929, sendo despois identificada em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Ela é transmitida pela bactéria Rickettisa rickettsii. Os sintomas mais comuns são os gastrointestinais, como vômitos, diarreia e dor abdominal. Um terço dos pacientes pode apresentar hepatoesplenomegalia. A maioria dos casos se concentra no Sudeste do país, sendo o principal vetor e reservatório o carrapato estrela (Amblyomma cajennense).

Objetivo (s)

Descrever o perfil dos casos de Febre Maculosa no estado do Rio de Janeiro de 2012 a 2022.

Material e Métodos

Estudo ecológico utilizando a base de dados estadual do SINAN net de casos confirmados de Febre Maculosa (FM), residentes em municípios do Estado do Rio de Janeiro (ERJ). A base de dados foi extratída do sistema em maio de 2023, estando sujeitos à revisão.

Resultados e Conclusão

Durante o período analisado foram notificados/confirmados 186 casos sendo 68% (=127) autóctones, sendo que 30% (=55) dos casos ocorreram em três municípios da região noroeste do estado. O ano de 2019 concentrou o maior número de casos, correspondendo a 19% (n=36) do total dos registros autóctones. A maioria dos casos (57%) foi confirmada laboratorialmente e pertencia ao sexo masculino (69%). Destaca-se que dos casos confirmados com autoctonia no ERJ 39% (n=72) evoluíram para óbito. Do total de casos com informação da zona de infeção (n=127), 30% dos casos ocorreram no domicílio.
Analisando a dispersão da doença entre as regiões do ERJ observa-se que oito das nove regiões apresentam casos autóctones, e que a região noroeste é a que apresenta a maior concentração de casos e óbitos. A região noroeste se destaca por sua agropecuária diversificada: frutas, pecuária leiteira entre outros produtos do campo.
A FM se configura um importante agravo no ERJ e um desafio para a saúde estadual, pois sua evolução está intimamente relacionada ao diagnóstico precoce e o início de uma assistência e tratamento adequado rápidos.
Há necessidade da constituição de uma rede de comunicação rápida e integrada entre vigilância e assistência para que os serviços sejam alertados e capacitados para uma correta suspeição da doença, aumentando a sensibilidade diagnóstica principalmente no período de maior ocorrência da doença, que é entre abril de outubro, e assim as condutas adequadas possam ser implementadas oportunamente, evitando o óbito.

Palavras-chave

Febre Maculosa - Vigilância Epidemiológica - Letalidade

Agradecimentos

SES RJ
OPAS

Área

Eixo 11 | Infecções causadas por bactérias

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Silvia Carvalho, Cristina Maria Giordano, Cristina Freire, Ana Paula Resendes, Shenon Bedim, Aline Maria Pereira Almeida, Luciane Velasque, Claudia Maria Mello, Mario Sergio Ribeiro, Luis Guilherme Carvalho Cardoso