Dados do Trabalho

Título

Perfil epidemiológico dos casos de hanseníase no estado da Bahia entre 2013 e 2022.

Introdução

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa crônica e estigmatizante, causada por bactérias da espécie Mycobacterium leprae e transmitida por intermédio do contato prolongado do indivíduo suscetível com um doente que não esteja em tratamento. É uma doença que acomete principalmente nervos cutâneos e troncos nervosos periféricos e, se não tratada, torna-se transmissível. Os pacientes podem apresentar comprometimento na qualidade de vida, determinado por dificuldade em executar atividades laborais e diárias (em função do estigma que paira sobre a doença) e prejuízo psicológico. Ainda, a hanseníase é uma das doenças tropicais negligenciadas, que possuem associação histórica à situação de pobreza, condições de vida precárias e iniquidades em saúde.

Objetivo (s)

Descrever o perfil epidemiológico dos casos de hanseníase na Bahia no período de 2013 a 2022.

Material e Métodos

Estudo de caráter epidemiológico, descritivo, retrospectivo, quantitativo e transversal. Os dados sobre hanseníase foram coletados no Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN) no período descrito. Foram analisadas as seguintes variáveis: macrorregião de notificação, sexo, raça/cor, faixa etária, forma clínica e modo de entrada.

Resultados e Conclusão

Durante o período de 2013 a 2022, foram notificados 324.329 casos de hanseníase no Brasil, dos quais 25.560 foram registrados na Bahia (7,88%), sendo o quinto estado com maior prevalência. No que tange à frequência de casos por macrorregião, observa-se que houve maior ocorrência da notificação nas regiões Leste e Oeste, com 22,42% e 14,89% do número de casos, respectivamente. No que concerne aos indivíduos infectados, houve prevalência do sexo masculino (54,01%), da raça parda (62,78%) e da faixa etária entre 50 a 59 anos (19,81%), enquanto a forma clínica predominante foi a dimorfa (34,76%). Quanto ao tipo de entrada, houve prevalência na caracterização como caso novo da doença (81,36%). É observado que existe uma alta prevalência da hanseníase na Bahia, que se insere como um grave problema de saúde pública e necessita do processo de diagnóstico precoce e busca ativa para minimizar a transmissão e promover a redução de agravos.

Palavras-chave

Hanseníase; Epidemiologia; Mycobacterium leprae; Bahia; Perfil de Saúde.