Dados do Trabalho

Título

Genótipos oncogênicos do Papilomavírus humano (HPV) em mulheres com lesões intraepiteliais escamosas de alto grau (HSIL), atendidas em um centro de referência em câncer da região norte do Brasil

Introdução

O câncer de colo de útero (CCU) é considerado um problema de saúde pública, sendo um dos mais frequentes tumores na população feminina no mundo e a quarta causa de morte por câncer entre as mulheres no Brasil. O Amazonas se destaca em primeiro lugar com alta incidência, representando um agravo de saúde relevante nas mulheres residentes na região. Sabe-se que esta doença é precedida por lesões intraepiteliais escamosas, que podem ser de baixo (LSIL) e alto grau (HSIL); sendo estas últimas relacionadas com a progressão ao câncer e tendo como principal agente etiológico o vírus do papiloma humano (HPV). De modo que, o diagnóstico por meio de técnicas moleculares, pode auxiliar no melhor entendimento sobre as infecções pelos diferentes tipos do HPV.

Objetivo (s)

Analisar a presença de genótipos oncogênicos de HPV em mulheres com o diagnóstico de lesões escamosas de alto grau.

Material e Métodos

Este projeto possui aprovação ética (CAAE de n. 57108122.5.0000.0004). Inicialmente, pacientes com o diagnóstico de HSIL foram convidadas a participar do estudo. Dessas pacientes foram coletadas amostras de escovado endocervical, que por conseguinte foram submetidas a análises moleculares para detecção do HPV e seus subtipos oncogênicos (16 e 18). Além disso, tais pacientes foram entrevistadas para a obtenção dos dados sociodemográficos e clínicos.

Resultados e Conclusão

Foram analisadas 51 amostras de mulheres que se encaixavam nos critérios do estudo, onde verificou-se que a média de idade foi de 42,7 anos, variando de 28 a 68 anos. A infecção pelo genótipo oncogênico HPV16 foi identificada em 37 (60,7%) mulheres. Dessas, duas (3,9%) amostras também foram positivas para o HPV18, evidenciando uma coinfecção entre os dois subtipos. Associado a isso, algumas características podem ser consideradas das participantes, por exemplo: as mulheres positivas para esses genótipos tinham idade maior que 30 anos, sexarca na adolescência e tiveram mais que 5 parceiros sexuais ao longo da vida. Logo, verifica-se que tais dados podem ajudar em uma melhor compreensão a nível molecular da infecção e possível coinfecção viral em mulheres com diagnóstico de lesões cervicais de alto grau. Além disso, ressalta-se a importância do acompanhamento clínico regular para essas pacientes positivas para os genótipos oncogênicos do Papilomavírus humano (HPV), a fim de evitar uma possível recidiva dessas lesões cervicais.

Palavras-chave

Lesão intraepitelial escamosa de alto grau; HPV; Escovado endocervical; Biologia Molecular, Amazonas.

Agradecimentos

ILMD-Fiocruz/Amazônia; FAPEAM; FCECON.