Dados do Trabalho


Título

Análise da cobertura vacinal de febre amarela no Brasil no período de 2019 a 2022

Introdução

A febre amarela é uma doença endêmica caracterizada por uma febre aguda viral hemorrágica transmitida pelo mosquito Aedes spp. ou Haemagogus spp., presente principalmente nos países da América Central, América do Sul e na África. Não há tratamento específico, sendo a vacinação o único método de prevenção disponível. A falta de informações sobre a cobertura vacinal pode contribuir para um negligenciamento do controle da doença e da saúde pública em geral.

Objetivo (s)

O objetivo deste estudo foi descrever a cobertura vacinal contra a febre amarela nas regiões do Brasil no período de 2019 a 2022.

Material e Métodos

Foi realizado um estudo observacional descritivo, cujos dados foram obtidos do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações disponibilizado pelo sistema DATASUS.

Resultados e Conclusão

Os resultados apontam que, em 2019, a região com maior cobertura vacinal foi a região Sul (81,92%) e a de menor índice vacinal foi a região Nordeste (69,24%). De 2020 a 2022. a região Sul manteve as maiores taxas de cobertura (79,16%; 69,77%; 74,20%), enquanto que a região Norte apresentou as taxas mais baixas (61,48%; 55,37%; 63,01%). O ano que apresentou maior cobertura vacinal foi 2019 (73,44%) e o ano com menor cobertura vacinal foi 2021 (61,52%). É importante mencionar que houve uma redução de 6,01% na cobertura vacinal no Brasil no período estudado, sendo mais proeminente na região Norte, com queda de 9,69%. Muitos fatores favorecem o baixo índice vacinal, desde dados subnotificados nos sistemas de imunizações, aspectos culturais e sociais até a precariedade do SUS. Sugere-se que a pandemia por Covid-19 tenha sido fator preponderante na redução da cobertura vacinal, em virtude do isolamento, onde muitas famílias não atualizaram seu cartão vacinal, especialmente a população da região Norte e Centro-oeste do Brasil. A realidade durante e pós pandemia sobre a cobertura vacinal demonstra a vulnerabilidade das pessoas, especialmente nas regiões mais carentes do Brasil. Essa baixa adesão à vacina pode ter ocorrido também devido à recusa ou hesitação de uma parte da população aderente aos movimentos antivacinas. Esse baixo percentual é preocupante, uma vez que a administração da vacina é o que garante a imunidade a longo prazo. Diante disso, é importante que sejam realizados estudos na tentativa de rastrear os motivos da baixa cobertura, mesmo que pós-pandemia, por meio de estratégias vinculadas à atenção básica, principalmente nas regiões de mais confirmações de casos.

Palavras-chave

Covid-19. Febre amarela. Vacina.

Área

Eixo 05 | Imunizações/ Saúde do viajante

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Mestrado

Autores

Daniele Vieira da Silva Blamires, Eliracema Silva Alves, Aldenora Maria Ximenes Rodrigues