Dados do Trabalho

Título

LEISHMANIOSE DISSEMINADA COMO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE LESÕES DE PELE EM IMUNOSSUPRIDOS. RELATO DE CASO E ANÁLISE LITERÁRIA .

Objetivos(s)

Antes da introdução da terapia antirretroviral altamente ativa (HAART), as manifestações dermatológicas afetavam até 80 - 90% dos indivíduos infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV).
Em pacientes com Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (SIDA), a leishmaniose tem sido relatada como a segunda infecção protozoária oportunista mais comum associada a tecidos.

Relato do Caso

Paciente, masculino, 47 anos, casado, trabalhador rural ,3 filhos, natural da zona rural de Messias- AL, Brazil . É admitido no Hospital com histórico de rebaixamento do nível de consciência, astenia, perda ponderal, hepato e esplenomegalias discretas e lesões eritematosas pápulo maculares discretamente descamativas disseminadas pelo corpo, cobrindo região palmar e plantar dos membros; com piora clínica há aproximadamente um mês e diagnóstico recente de HIV.
Testagem rápida para sífilis , hepatite b, c não reagentes , anemia compatível com doença crônica , linfopenia, VDRL não reagente. Tomografia de crânio com lesões sugestivas de neurotoxoplasmose. Iniciado tratamento para sífilis secundária com penicilia cristalina , devido à possibilidade de efeito prozona associada a neurossífilis e sulfametoxazol-trimetropim para tratamento de neurotoxoplasmose.
Paciente evoluiu com discreta melhora do aspecto das lesões em pele, sendo realizada biópsia cutânea após 2 semanas de internação hospitalar que identificou formas sugestivas de leishmânias /histoplasma, sendo introduzido anfotericina B 50mg/dia. Apesar do uso de anfotericina B ( dose total acumulada de 600mg) paciente evoluiu com epistaxe , melena , novo episódio de rebaixamento de consciência e óbito.

Conclusão

A erupção cutânea pode ocorrer como uma manifestação da infecção pelo HIV, outra infecção, algumas neoplasias e muitas vezes como uma reação a um medicamento.
Em pacientes com Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS), a leishmaniose tem sido relatada como a segunda infecção protozoária oportunista mais comum associada à tecidos.
É de suma importância, aventar a hipótese de leishmaniose em pacientes provenientes de região endêmica , de forma a garantir a introdução da terapêutica empírica e uma melhor evolução do quadro clínico .