Dados do Trabalho

Título

Caracterização epidemiológica e análise espacial das formas clínicas dos óbitos devido à doença de Chagas em Alagoas, Nordeste, Brasil

Introdução

A doença de Chagas (DC) ou tripanossomíase americana é uma doença tropical negligenciada causada pelo protozoário flagelado Trypanosoma cruzi, considerada uma importante antropozoonose na América Latina. Em Alagoas (52/102) municípios são considerados endêmicos para a doença. Contudo, pouco se conhece sobre a dinâmica espacial e o perfil da mortalidade por DC no estado.

Objetivo (s)

o objetivo do presente trabalho foi realizar a distribuição espacial e caracterização das formas clínicas dos óbitos por doença de Chagas no estado de Alagoas, entre os anos de 1999 a 2019.

Material e Métodos

Um estudo epidemiológico, do tipo ecológico foi realizado utilizando ferramentas de análise espacial, a partir do banco de dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade-SIM.Foram incluídos todos os registros de óbitos ocorridos no estado de Alagoas, no período de 1999 a 2019, cuja doença de Chagas foi mencionada como causa básica, com registro sob o Código B57 da 10ª Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10). Realizou-se a caracterização de acordo com as formas clínicas estabelecidas na CID-10, bem como a análise espacial da taxa bruta de óbitos.

Resultados e Conclusão

No período do estudo foram notificados 1776 óbitos por DC em Alagoas, com uma média de 88,8 mortes por ano. Dos 102 municípios do estado, 97 (80,8%) notificaram pelo menos um óbito por DC. Na análise espacial, as formas B57.0, B57.2, B57.3 e B57.5 apresentaram aglomerados espacial nos municípios da zona da mata alagoana, com taxas de mortalidade acima de 20 óbitos/100 mil habitantes. Em relação a apresentação clínica, 79,56% (1.413) dos óbitos registrados foi de pacientes com forma crônica com comprometimento cardíaco (B57.2) seguida por 8% (142) com a forma crônica com comprometimento de outros órgãos (B57.5) e 7,6% (135) na forma crônica com comprometimento do aparelho digestivo (B57.3). A DC aguda com comprometimento cardíaco (B57.0), aguda sem comprometimento cardíaco (B57.1) e na forma crônica com comprometimento do sistema nervoso (B57.4) foram menos prevalentes, representando 3,82% (68) 0,51% (9) e 0,51% (9) dos óbitos, respectivamente. O estudo definiu áreas geográficas prioritárias e caracterizou o perfil dos óbitos por DC, com isso, os órgãos de saúde poderão direcionar com maior precisão as ações de diagnóstico, controle e prevenção da DC no estado.

Palavras-chave

Epidemiologia; geoprocessamento; Trypanosoma cruzi.

Agradecimentos

Cnpq;Capes;FAPEAL