Dados do Trabalho


Título

Relato de caso de recidiva de Cromoblastomicose em idoso após tratamento

Objetivos(s)

Resumo: Paciente idoso, histórico de 4 anos tratando para Cromoblascomicose em 1990, apresenta retorno de lesões verrucosas em perna esquerda anos após a regressão das mesmas.
Introdução: A Cromoblastomicose, é uma micose que acomete pele e subcutâneo, crônica, com maior incidência no sexo masculino, trabalhadores rurais e nos que possuíram trauma em região das lesões. A porta de entrada é a quebra da barreira epitelial e inoculação traumática do fungo filamentoso produtor de melanina, cujo agente mais comum é o Fonsecae pedrosoi(itálico). Considerada como doença tropical negligenciada, necessita de visibilidade, além de tratamento e acompanhamento prolongado pelo risco de recidiva demonstrado na literatura.

Relato do Caso

A.S.N., 79 anos, branco, natural do Ceará, residente no Rio de Janeiro há mais de 50 anos, trabalhou há cerca de 40 anos com terra em obras de regiões agrícolas, possuindo relato de trauma local. Paciente hipertenso, imunocompetente, sem outras morbidades. Em 1990, recebeu diagnóstico de cromoblastomicose e foi realizado quatro anos de tratamento com Itraconazol e Terbinafina. Na época, foi realizada exérese cirúrgica de algumas lesões e com o tratamento foi obtida regressão total do quadro. Em 2012, ressurge lesões no mesmo local, verrucosas ceratóticas, pruriginosas, algumas com pontos enegrecidos, com extensão da raiz da coxa direita até altura do joelho (fotos), chegando no setor de Infectologia em 2023 para investigação. Foi realizada biópsia de pele e através do exame micológico direto, cujo método foi clarificação pelo hidróxido de potássio (KOH- potassa) foram observados elementos fúngicos, arredondados, acastanhados de parede espessa, com septos transversais e longitudinais (corpo muriforme) sugestivo de Cromoblastomicose.

Conclusão

A Cromoblastomicose é uma doença fúngica que apresenta evolução indolente o que, de acordo com a literatura, provoca uma lentidão na procura de profissionais de saúde. Esse relato de caso refere-se que o mesmo apresentou o primeiro diagnóstico de cromoblastomicose há 33 anos e esteve por 11 anos sem buscar profissionais para o seu tratamento mesmo com lesões. A epidemiologia do paciente também é compatível com o perfil de prevalência descrito cientificamente, já que possui relato de atividades agrícolas e trauma em região das lesões, era maior de 40 anos e do sexo masculino. O caso corrobora com a importância de investigar e realizar acompanhamento em pacientes com essa doença micótica que muitas das vezes é negligenciada.

Área

Eixo 12 | Infecções causadas por fungos

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Gabriela Leite de Camargo, Nathália de Carvalho Leonardo, Luciana Magalhães Aiala Lima, João Alberto Soares de Sá Bittencourt, Anna Caryna Cabral, Marcio Neves Bóia