Dados do Trabalho


Título

Características epidemiológicas da sífilis adquirida no Brasil entre 2012 e 2021

Introdução

Desde o ano de 2010 a sífilis adquirida (SA) é agravo de notificação compulsória no Brasil. Apesar do diagnóstico mais acessível e do tratamento gratuitamente ofertados na rede de atenção primaria do Sistema Único de Saúde (SUS), entre 2011 e 2018, teve um aumento médio de 20 mil casos de sífilis por ano no Brasil. Em 2021, o Ministério da Saúde (MS) registrou um total de 167.523 casos notificados de SA e 74.095 casos em gestantes. O grave cenário epidemiológico alerta sobre a necessidade de reforço de ações de vigilância, controle e prevenção da infecção por “Treponema pallidum.”

Objetivo (s)

Compreender o perfil epidemiológico dos casos de SA no Brasil no período de 2012 a 2021.

Material e Métodos

Estudo de série temporal descritivo com abordagem quantitativa, sobre a incidência e distribuição da SA no Brasil no período de 2012 a 2021. Foram usados dados secundários de notificação obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), Departamento de Informática do SUS do Brasil (DATASUS). Os dados foram vinculados, depurados e analisados usando RStudio. As variáveis investigadas foram: sexo, raça, idade, escolaridade e evolução do caso.

Resultados e Conclusão

Após exclusão de 14.778 casos com idade inferior aos 12 anos, considerados erro de notificação, foram registrados no Sinan 2.661.972 casos de SA durante o período estudado, sendo a maior proporção do sexo masculino (entre 59-63% no período), na população parda (total de 484.518) e com escolaridade de ensino médio completo. A idade dos casos notificados variou entre 12 e 120 anos, com média de 35,2 anos. A Região Norte teve idade média significativamente maior do que em outras regiões (p<0,0001). A proporção de sexo masculino foi significativamente maior no Centro-oeste quando comparado com outras regiões. A SA foi notificada em maior proporção na população parda no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, enquanto no Sul foi significativamente maior na população branca, e no Sudeste teve distribuição homogênea. Com relação ao desfecho da SA, a maioria dos casos evoluiu para a cura, no entanto, 1.149 pessoas foram a óbito como consequência do agravo, sendo a maior proporção na região Centro-Oeste e significativamente menor na região Sul do país (p<0,0001). A análise preliminar da série temporal indica que há uma distribuição heterogênea da SA entre as regiões do país, destarte as medidas para diminuir o problema da SA devem ser direcionadas conforme as características regionais.

Palavras-chave

Sífilis, Epidemiologia, serie temporal, Treponema pallidum.

Agradecimentos

Fiocruz, CNPq

Área

Eixo 11 | Infecções causadas por bactérias

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Leonardo Lora Barraza, Marayah Sampaio Ruas Da Fonseca, Ximena Illarramendi