Dados do Trabalho


Título

Coinfecção entre Chlamydia trachomatis e os subtipos 16 e 18 de Papilomavírus humano (HPV) em mulheres com diagnóstico de lesões intraepiteliais cervicais de grau 2 e 3

Introdução

No Amazonas, o câncer de colo de útero (CCU) é o mais incidente na população feminina, representando um sério problema de saúde pública nas mulheres residentes na região. Esse câncer é antecedido por lesões intraepiteliais cervicais, dentre elas as de alto grau (2 e 3); as quais quando não detectadas e tratadas precocemente podem progredir para câncer. Nesse contexto, o Papilomavírus humano (HPV) se destaca como o principal agente etiológico tanto das lesões como da neoplasia maligna, principalmente os genótipos de alto risco 16 e 18. Além disso, um outro fator de risco é a coinfecção com a bactéria Chlamydia trachomatis, a qual aumenta as chances para o desenvolvimento de CCU. Assim, o diagnóstico molecular por PCR pode colaborar para um melhor entendimento sobre a presença dessas possíveis coinfecções e genótipos de HPV, e sobre como estes podem estar associados lesões cervicais.

Objetivo (s)

Avaliar a ocorrência da coinfecção entre Chlamydia trachomatis e os subtipos oncogênicos de HPV em mulheres com lesões intraepiteliais cervicais de grau 2 e 3.

Material e Métodos

Este projeto possui aprovação ética (CAAE: 57108122.5.0000.0004). Inicialmente, as pacientes que se encaixavam nos critérios do estudo foram convidadas a participar e entrevistadas para a obtenção dos dados sociodemográficos e clínicos. Destas, foram coletadas amostras de escovado endocervical, as quais foram usadas nas análises moleculares para detecção e genotipagem do HPV e para detecção da Chlamydia trachomatis.

Resultados e Conclusão

Foram analisadas 51 amostras de mulheres participantes do projeto, onde 60,7% foram identificadas com infecção pelo genótipo oncogênico HPV16; já o HPV18 foi encontrado em 3,9% das amostras. Em adição, a detecção de Chlamydia trachomatis foi positiva em 14,6% amostras; dessas, 9,7% também foram positivas para o HPV16, evidenciando assim uma coinfecção entre os patógenos. Em contrapartida, para o HPV18, o resultado foi negativo para coinfecção. Ademais, essas mulheres positivas para esses genótipos e coinfecção tinham idade média de 42,7 anos, início da vida sexual antes dos 15 anos e faziam uso de métodos contraceptivos. Portanto, esses resultados destacam a importância do diagnóstico molecular e do rastreamento nessa população, bem como fornece informações sobre a coinfecção do HPV e Chlamydia trachomatis; o que pode auxiliar futuramente em um tratamento mais individualizado das pacientes com tais lesões.

Palavras-chave

Lesões cervicais de alto grau; HPV; Chlamydia trachomatis; Coinfecção.

Agradecimentos

ILMD-Fiocruz/Amazônia; FAPEAM; FCECON.

Área

Eixo 10 | Outras infecções causadas por vírus

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Doutorado

Autores

Alessandra Silva Silva, Rosyana Fatima Vieira Albuquerque, Luana Quadros Souza Leão, Anderson Ferreira Gonçalves, Ejandre Luniere Santiago, Mikele Praia Oliveira, Heidy Halanna Melo Farah Rondon, Valquíria Carmo Alves Martins, Katia Luz Torres, Priscila Ferreira Aquino