Dados do Trabalho


Título

MORTALIDADE GERAL E HOSPITALAR POR DOENÇA DE CHAGAS EM MUNICÍPIOS ENDÊMICOS DO INTERIOR DO BRASIL, 2000–2022

Introdução

A doença de Chagas (DC) apresenta elevada carga de morbimortalidade em áreas endêmicas, requerendo abordagens estratégicas nos sistemas nacionais de saúde para ampliação de acesso a diagnóstico, tratamento e cuidado integral, em estreita interface com ações de vigilância de casos e óbitos em diferentes pontos da rede de atenção.

Objetivo (s)

Descrever os padrões de morbimortalidade da DC em municípios endêmicos das regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, 2000–2022.

Material e Métodos

Estudo transversal de base populacional e de série temporal, a partir de territórios endêmicos incluídos no Projeto de Pesquisa IntegraChagas Brasil: Centro-Oeste (Goiás: São Luís de Montes Belos), Sudeste (Minas Gerais: Espinosa e Porteirinha) e Nordeste (Bahia: São Desidério e Pernambuco: Iguaracy). Foram analisados dados secundários de declarações de óbito (DO) do Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM) e de Internações Hospitalares (IH) do Sistema de Informações Hospitalares (SIH-SUS), em que a DC foi mencionada (CID10: B57, K231 e K931, DO: Causa básica ou associada; IH: causa primária ou secundária).

Resultados e Conclusão

Foram registradas 185 IH (taxa média: 5,70/100.000 hab.), com cinco óbitos e 476 DO (taxa média: 14,66/100.000 hab.) relacionados à DC no período, com maior proporção de IH em Porteirinha (92; 49,7%), e de DO em São Luís de Montes Belos (170; 35,7%) e Porteirinha (147; 30,9%). Verificou-se maior proporção de IH e DO tendo a DC como causa primária (IH: 98,4%) ou básica (DO: 83,8%), respectivamente. Verificou-se maior proporção de IH (81; 43,8%) em pessoas entre 40 a 59 anos de idade, e de DO com idade ≥70 (190; 39,9%). Houve aumento nas taxas de IH até 2007, com destaque para Porteirinha (taxa média 10,44/100.000 hab.). Para as DO, observou-se aumento das taxas de mortalidade ao longo do tempo, com maiores taxas em São Luís de Montes Belos (24,18/100.000 hab.).
A DC segue com considerável morbimortalidade nos contextos endêmicos analisados. As taxas letalidade hospitalar por DC seguem em padrão de estabilidade nos últimos 10 anos após tendência de redução anterior, enquanto as e mortalidade geral apresentam tendência de aumento, mas com diferentes padrões espaciais. Esse cenário pode traduzir diferenças relacionadas ao acesso a diagnóstico e tratamento nas redes de atenção do Sistema Único de Saúde (SUS), complexificando integradas ações de vigilância e cuidado integral.

Palavras-chave

Doença de Chagas; Mortalidade; Hospitalização; Epidemiologia

Agradecimentos

Ministério da Saúde, CAPEs, CNPq

Área

Eixo 06 | Protozooses

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Doutorado

Autores

Anderson Fuentes Ferreira, Eliana Amorim de Souza, Andrea Silvestre de Sousa, Swamy Lima Palmeira, Celita Almeida Rosario, Geiziane Lima Brito Lauton, Carlaila Monikh dos Santos, Lyliane Martins Campos, Ozorino Caldeira Cruz Neto, Alberto Novaes Ramos Jr.