Dados do Trabalho

Título

Perfil inflamatório de pacientes de tuberculose pulmonar com disglicemia durante o tratamento antituberculose

Introdução

O diabetes e hiperglicemia transitória possuem uma relação importante em processos infecciosos e inflamatórios. A relação entre tuberculose (TB) e diabetes mellitus (DM) vem sendo relacionada a desfechos desfavoráveis ao tratamento anti-TB. A falha no tratamento e complicações clínicas em pacientes com TBDM, torna necessário estudos para aprofundarmos o perfil inflamatório nesses pacientes.

Objetivo (s)

Relacionar as respostas inflamatórias observadas em pacientes com TB pulmonar (TBP) com e sem hiperglicemia durante o tratamento antituberculose (TAT).

Material e Métodos

Estudo descritivo (observacional) realizado em pacientes com TBP atendidos no Centro Municipal de Caxias, Rio de Janeiro, de agosto de 2017 a outubro de 2020. TBP foi diagnosticada por cultura, baciloscopia ou teste molecular rápido Xpert MTB/ RIF. Os valores de hemoglobina glicada (HbA1c) foram utilizados na classificação dos pacientes: normoglicêmico <5,7; pré-DM 5,7-6,4 e DM >6,4. Os pacientes foram acompanhados durante todo o tratamento, visitas foram programadas para a coleta de amostras biológicas, dados clínicos e imagens radiológicas do tórax. As visitas de acompanhamento são denominadas como: M0 – início do tratamento; M1 – 30 dias de TAT (coleta apenas de sangue); M2 – 60 dias de TAT e END – final de tratamento. A resposta inflamatória foi avaliada utilizando dados de hemograma completo, marcadores inflamatórios de fase aguda.

Resultados e Conclusão

317 participantes foram elegíveis no estudo, desses, 176 (55%) participantes apresentaram teste para TB positivo. No M0, 10 participantes (14%) tiveram o diagnóstico laboratorial de DM. 33 (45%) participantes foram classificados como pré-DM, portanto, inicialmente, 59% dos pacientes foram classificados como disglicêmicos. Interessantemente, ao final do TAT, apenas 28% dos participantes mantiveram níveis de hiperglicemia: 13 (17,8%) dentro do perfil pre-DM e 7 (10%) no perfil DM. Participantes do subgrupo TB/pré-DM (64%) apresentavam maior DTP, seguido do subgrupo TBDM (40%). Após o início do tratamento anti-TB, o subgrupo TB pre-DM apresentou os maiores níveis séricos de PCR. IL-6 e IL-8, citocinas inflamatórias altamente relacionadas com resposta neutrofílica aumentadas nos participantes TBDM e pre-DM. Ademais, IL-18 está aumentada apenas em participantes pré-DM. TNF-alfa estava aumentado apenas subgrupo TB/pré-DM. Nossos dados sugerem que o perfil inflamatório dos subgrupos pre-DM/TB e DM/TB estão relacionados ao dano tecidual pulmonar grave.

Palavras-chave

Tuberculose pulmonar, hiperglicemia, diabetes mellitus, citocinas