Dados do Trabalho

Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS NOTIFICADOS DE OFIDISMO NA BAHIA, 2016 A 2021.

Introdução

Os acidentes causados por serpentes venenosas representam importante problema de saúde pública, especialmente em países tropicais, devido às elevadas taxas de morbimortalidade. No Brasil, a vigilância desses acidentes é realizada de forma passiva por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).

Objetivo (s)

Descrever as características epidemiológicas dos acidentes por animais peçonhentos na Bahia, no período de 2016 a 2021.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo descritivo, de caráter exploratório, com abordagem quantitativa no qual foram utilizados dados secundários obtidos do SINAN, no período de 2016 a 2021. Os dados foram analisados através do Epi Info™ 7 versão 7.2.4 e Microsoft 365 Excel® e foram incluídos os acidentes causados por serpentes venenosas com prévia identificação do gênero. As seguintes variáveis foram consideradas: idade, gênero, local de ocorrência do acidente, membros afetados, tempo decorrido até a assistência médica e características clínicas, tais como: manifestações locais e sistêmicas, gravidade, evolução do caso e soroterapia.

Resultados e Conclusão

Foram notificados 11.128 acidentes ofídicos (média de 1855 acidentes/ano), sendo maior taxa de incidência identificada em 2020 (16,69 casos por 100.000 habitantes). Dos casos, a média de idade de 59 anos, sendo 8488 no sexo masculino (76,27%), 9037 na zona rural (81,21%), tendo membros inferiores como mais frequentemente atingidos (7942) (71,37%). O tempo decorrido do acidente até assistência foi de até 03 horas para 64,8% dos casos (7211). Foram identificados 10205 casos com manifestações locais (91,71%) e 1767 com manifestações sistêmicas (15,88%). 5282 deles (47,47%) foram classificados leves, 4182 (37,58%) moderados e 917 (8,24%) graves. A soroterapia foi indicada em 8839 ocasiões (79,43%). Destaca-se que 54 casos classificados como graves não tiveram indicação de soroterapia. Dos notificados, 46 evoluíram para o óbito, com taxa de letalidade de 0,41% e média de idade de 57 anos (12 a 93). Dos casos graves, 09 não tiveram registro de uso de soroterapia. Verificou-se associação entre ocorrência do acidente em zona rural e desfecho óbito (RP 1,76) (IC95%: 1,1601-2,6741). A caracterização epidemiológica dos casos contribui para o planejamento e implementação de estratégias de prevenção, controle e manejo, considerando populações mais expostas.

Palavras-chave

Animais Peçonhentos; Ofidismo; Epidemiologia.